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Denúncia
Trabalhadoras terceirizadas denunciam condições de trabalho nos bandejões da Unicamp
Vinícius de Oliveira
Gabriel Brisi

Nós do Esquerda Diário e da Faísca Revolucionária, junto ao Comitê em Defesa das Terceirizadas, desde o anúncio da troca da empresa que administra os Restaurantes Universitários da Unicamp, viemos trazendo o quanto essa troca viria para precarizar ainda mais os bandejões e a vida das trabalhadoras terceirizadas. Somando aos cortes de direitos, como o fretado, a creche e o CECOM, estão a diminuição do vale alimentação, o não pagamento do vale transporte, a sobrecarga de trabalho e o assédio moral oriundo da chefia.

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Com gritos e intimidação física, as trabalhadoras estão sendo impedidas até mesmo de parar para beber água, descansar ou ir ao banheiro. Nesta nota, trazemos algumas das denúncias feitas anonimamente por trabalhadoras que não estão aguentando mais trabalhar para Soluções, devido ao assédio e a precarização do trabalho. Essa é a democracia que a reitoria tanto se orgulha de defender, pedindo tolerância para a empresa Soluções?

Denúncias:

“Se eu não me engano, pelo comentário das pessoas já saíram 158 pessoas. Uma amiga minha saiu, pediu a conta, depois que a técnica humilhou ela na frente de todo mundo.Tá todo mundo pedindo a conta. Tem pessoas que entram, ficam dois dias e vão embora. E a empresa já falou que “quem quer ficar fica, quem não quiser tem um monte de gente aí fora querendo trabalhar.” Isso tudo gritando. Teve uma moça que ficou tão nervosa outro dia quando viu a chefe humilhando um rapaz lá que até passou mal, vomitava. Foi uma menina lá que socorreu ela, depois teve que passar no hospital.”
“Nem vale transporte estamos recebendo. Quem tem vem, quem não tem não vem e eles dizem que vão descontar o dia.”
“Se falta gente e você está trabalhando no arroz você também tem que ajudar no feijão, na carne, na limpeza, em tudo. Está uma sobrecarga muito grande. Falamos que isso é serviço dobrado, é desvio de função.”
“Deram desincrustrante pra gente usar sem dar o EPI adequado, queimou tudo minha mão e de outros colegas que usaram o produto. Mas temos que continuar trabalhando. Gente com mão machucada, gente que machucou as costas, gente que caiu… É possível que daqui a pouco aconteça um acidente sério. Tem pessoal da segurança do trabalho que está vendo isso e não tá nem aí.”
“Não dão veneno pra gente passar no bueiro, pra matar os ratos, barata. Agora só tá lavando os bueiros só. E ninguém fiscaliza.”

Todas essas denúncias deixam claro o quanto essa nova empresa tem precarizado a vida das trabalhadoras terceirizadas dos bandejões. Em um cenário de crise, onde o desemprego bate 9% da população e a informalidade atinge milhões, algumaw trabalhadoras preferem largar seus empregos no bandejão tamanho é o abuso que a Soluções realiza.

A Soluções impõe essas condições de trabalho a seus funcionários não é de hoje. A empresa já é alvo de processos trabalhistas desde antes de ter assumido o bandejão da Unicamp, e foi denunciada por servir comida estragada em presídios no Rio de Janeiro. Como podemos ver pelas denúncias, para economizar, a empresa não se preocupa com as condições de higiene do local de trabalho, não fornecendo veneno para afastar ratos e baratas.

Além disso, a chefia tem uma política de praticar assédio moral com seus funcionários, intimidando com gritos e humilhações. Isso tem gerado uma evasão muito grande no quadro de funcionários, sobrecarregando os trabalhadores que permanecem na empresa. Há relatos de trabalhadores cumprindo 12h de jornada sem direito a mais de uma refeição mesmo cumprindo dois turnos de trabalho, e também sem direito a nem mesmo 10 minutos de descanso.

Com a diminuição salarial, seguida de ataques e retiradas de direitos como o fretado e o não pagamento de vale transporte, as trabalhadoras estão tendo que pagar para irem trabalhar e no ambiente de trabalho ainda são hostilizadas.

A Soluções é uma expressão de a serviço do que está a terceirização de conjunto, não se tratando de um problema exclusivo dessa empresa. Não aceitaremos nenhum retrocesso na política de cotas, precarização da permanência estudantil pela via da precarização dos bandejões com a nova empresa Soluções, o não reajuste dos salários dos trabalhadores efetivos e a demissão em massa de 330 trabalhadoras terceirizadas com a retirada de direitos como o vale refeição, Cecom e acesso à creche.

Nós, da Faísca Revolucionária, acreditamos que somente a aliança dos trabalhadores efetivos, terceirizados e estudantes para lutar pode fortalecer e impulsionar a luta pela recontratação com todos os direitos e pela efetivação de quem já trabalha no bandejão sem a necessidade de concurso público, para que possamos barrar todos os tipos de ataques que a reitoria de Tom Zé, que se diz democrática, vem aplicando. É preciso fortalecer nossa auto-organização, sem nenhuma tolerância com a empresa, como pediu a reitoria.

 
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