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Criador da Brasil Paralelo e empresários bolsonaristas dialogam com Lula em jantar
Redação

Henrique Viana, um dos fundadores do site de direita Brasil Paralelo, conhecido por fazer documentários "anticomunistas", esteve presente na reunião de grandes empresários e banqueiros com Lula e Alckmin, organizado pelo grupo Esfera Brasil.

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Segundo Viana, o encontro com Lula era "gigantesco", teve "um nível de informação muito rico" e que, neste sentido, "valeu a pena".

Viana, junto a Lucas Ferrugem e Filipe Valerim, co-fundadores do Brasil Paralelo, ainda garantiram que não vão "perder a essência" e que são "anticomunistas até o fim". Afirmam, em tom defensivo e quase propondo as pazes, que não haveria aproximação com Lula porque o petista "nem aceitaria, depois de tudo que a gente fez".

A Brasil Paralelo é uma das iniciativas mais reacionárias da direita brasileira nos últimos anos, fazendo campanhas ignorantes contra o que consideram ser o "comunismo" (identificando-o, como toda a burguesia internacional, com as aberrações do stalinismo), contra os direitos dos trabalhadores, dos negros e das mulheres.

Entre os empresários alinhados a Bolsonaro que compareceram ao jantar estavam Nabil Sahyoun (Alshop), Flávio Rocha (Riachuelo), Roberto Justus, que chegou a se reunir com o presidente no mês passado. Segundo aliados de Lula, Flávio Rocha disse, no final do encontro, que poderia contar com ele se cumprir os compromissos ditos no jantar.

Entre outros empresários graúdos no país, estiveram presentes o presidente da Fiesp, Josué Gomes, o presidente da Febraban, Isaac José Sidney, Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração do Bradesco, e André Esteves do BTG Pactual. Pesos pesados do PIB nacional compromissados com a máxima exploração da classe trabalhadora, como Benjamin Steinbruch, da CSN, que já declarou que o trabalhador pode comer um sanduíche com uma mão enquanto opera a máquina com a outra, dispensando o horário de almoço; e Rubens Ometto, da Cosan, principal patrocinador das candidaturas bolsonaristas.

Como informou coluna de Bela Megale, d’O Globo, tanto empresários quanto integrantes da campanha de Lula saíram do encontro otimistas e descreveram que o “clima estava muito favorável ao petista”. Associados do grupo Esfera, que organizou o encontro, afirmaram que Lula conseguiu “tirar a desconfiança do pessoal”.

Lula foi acompanhado do ex-senador Aloizio Mercadante (PT) e do seu candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB). Foi o último dos 3 a falar. Todos fizeram algum tipo de defesa do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. O gesto agradou os presentes.

O aplauso satisfeito de gente dessa laia mostra que o programa da chapa Lula-Alckmin não pode reverter os ataques contra as condições de vida da classe trabalhadora. Alianças desse tipo, com Fiesp, Febraban e demais empresários que apoiaram o golpe de 2016 e o governo Bolsonaro, só servem para barrar os verdadeiros interesses dos trabalhadores, que são pela revogação de todas as reformas, pela redução da jornada de trabalho, pelo reajuste salarial de acordo com a inflação, medidas que seriam vaiadas e rechaçadas por cada um dos capitalistas presentes na reunião.

Essa oposição de interesses mostra que o caminho de conciliação, o qual Lula e o PT anunciam que irão repetir, não trará benefícios aos trabalhadores. Contra esse projeto de conciliação é necessário batalhar pela independência da classe trabalhadora. A conciliação de classes só favorece a direita. É por isso que estamos defendendo como pontos hierárquicos de nossa campanha a defesa da revogação de todas as privatizações e reformas, em primeiro lugar da reforma trabalhista, abolindo qualquer tipo de flexibilização laboral e lutando por plenos direitos trabalhistas, ligado à construção de uma grande batalha pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, com 30 horas semanais para enfrentar a precarização e o desemprego, na perspectiva da divisão das horas de trabalho entre empregados e desempregados, e da sua unificação. Aacabar com a reforma da previdência, abolir o pagamento da dívida pública fraudulenta, nacioanlizar os serviços públicos sob controle operário, e batalhar por um SUS 100% estatal sob administração dos trabalhadores, são medidas essenciais para que os capitalistas - que querem se aproximar de um eventual novo governo Lula-Alckmin - paguem pela crise.

 
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