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Eleições 2022
Fátima Bezerra (PT) ganha reeleição com oligarquia dos Alves no RN
Camila Campelo
Mestranda em Psicologia pela UFRN e militante da Faísca Revolucionária
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Foto: Elisa Else

Com 58,08% dos votos, Fátima Bezerra se reelege no RN junto à oligarquia dos Alves, contra 22,70% de Fábio Dantas (Solidariedade), candidato de Bolsonaro, em segundo lugar. 65,10% das urnas já foram apuradas.

Seu vice, Walter Alves, votou a favor do impeachment de Dilma e da PEC do teto de gastos. A nível municipal a família também teve um compromisso com o atraso dos salários de servidores municipais efetivos e do pagamento de empresas terceirizadas, na gestão do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves.

O cenário de profunda informalidade no Rio Grande do Norte, com quase 46% dos trabalhadores nessa situação, se soma aos altos índices de fome com mais de 1 milhão de potiguares em insegurança alimentar, junto ao agravamento da situação das escolas estaduais e fechamento de hospitais, situação que só piorou nos últimos anos com o governo Bolsonaro e seus cortes brutais no orçamento de combate à fome, combinado a Lei do Teto de Gastos que precarizou a educação e a saúde.

Na mesma linha de Bolsonaro, os concorrentes ao governo contavam com o senador Capitão Styvenson, do Podemos, figura completamente reacionária que defende a manutenção das reformas, votando a favor da reforma da previdência e declarando seu alinhamento com as privatizações, com histórico de posicionamentos machistas e de apoio à polícia, defendendo inclusive a militarização das escolas e a continuação da guerra às drogas que atinge diretamente a juventude negra. O candidato proposto por Bolsonaro, Fábio Dantas (SDD), recebeu apoio da oligarquia dos Farias e divide a mesma coligação com Rogério Marinho (PL), relator da reforma trabalhista. Embora se coloque como novidade, compôs o governo desastroso de Robinson Faria até 2018 como vice, com ameaças de privatização da Potigás e da Cosern, além de procurar descontar a crise nas costas dos servidores através de seu “pacote da morte”, no intuito de retirar direitos dos trabalhadores; no momento segue com sua propaganda de enxugamento da máquina pública, sinalizando que pretende seguir descontando a crise nas costas da classe trabalhadora e do povo pobre.

Estas candidaturas defensoras de uma política reacionária ou diretamente bolsonarista como no caso de Dantas representam uma força social que não desaparecerá com este resultado eleitoral, e ao longo do primeiro governo Fatima, foram parte da implementação de ataques contra a classe trabalhadora, como a Reforma da Previdência estadual.

Não é a aliança com as oligarquias potiguares que vai oferecer uma saída para a classe trabalhadora, mas o PT segue investindo na conciliação com a direita, inclusive nacionalmente tanto com seu vice Alckmin, quanto como ficou demonstrado no jantar de Lula com mais de 70 empresarios, no qual estava presente Flávio Rocha, da Guararapes, acusado de promover o trabalho análogo à escravidão e muito beneficiado pelas medidas do governo Fatima. Como demonstrou o Chile, o caminho que a conciliação traça é o fortalecimento da direita.

A vitória dela leva à diante um projeto que foi parte de precarizar a vida da classe trabalhadora, sendo a gestão que aprovou a reforma da previdência no Estado, incentivou as facções têxteis, e manteve a ausência de demarcações de terras dos povos indígenas.

O bolsonarismo não vai desaparecer confiando na aliança com a direita e as oligarquias. Aqui no RN, a recente demonstração de uma base da extrema direita potiguar se expressou com o evento nojento nomeado de Cuscuz Clan, sinalizando que o reacionarismo, o racismo, misoginia e lgbtfobia são elementos que vão seguir existindo. Só a luta nas ruas é capaz de combater a extrema direita bolsonarista, mas nos últimos anos o papel do PT foi isolar as lutas emergentes através das burocracias sindicais da CUT e da CTB, junto à UNE no movimento estudantil, que ao invés de mobilizar as forças da classe trabalhadora e da juventude, canalizou os esforços para a via eleitoral.

O RN foi palco de greves por salários esse ano de trabalhadores da educação, da saúde e do DETRAN, com a exigência da realização de concurso público, além de ser vanguarda nas manifestações de massa em junho de 2013 iniciadas contra o aumento das passagens, mas sistematicamente desviadas pelas burocracias sindicais. Esse é o caminho que tem que ser retomado, o da luta de classes, pois só assim vai ser possível derrotar o Bolsonaro, sua extrema direita asquerosa e os militares. Nos inspiremos nos trabalhadores do neumático na Argentina que através da auto-organização arrancaram das patronais o reajuste de seus salários depois de 5 meses de greve, demonstrando a força da classe trabalhadora que segue viva e que só se fortalece na união de cada local de trabalho e estudo, não com as oligarquias e a direita que só serve para manter os ataques e orquestrar novos.

 
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