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Precarização do trabalho
Trabalhador sofre acidente no porto de Natal: revogação integral da reforma trabalhista
Cristina Santos
Recife | @crisantosss

Porto de Natal no Rio Grande do Norte, Porto de Suape em Pernambuco, Porto de Paranaguá no Pará. Não são meras coincidências que graves acidentes de trabalho aconteçam nesses espaços, é expressão dos ataques do governo de extrema direita de Bolsonaro sobre a classe trabalhadora, sobretudo da reforma trabalhista.

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A terceirização mata, divide e humilha. Não é de hoje que denunciamos no Esquerda Diário. Em diferentes portos do nosso país, recebemos denúncias de acidentes que colocam em risco o conjunto dos trabalhadores e especialmente os trabalhadores terceirizados, que trabalham em condições precárias e baixos salários, sem EPI’s - Equipamento de proteção individual - adequados e em condições de diferenciação que muitas vezes não permitem nem mesmo utilizar os mesmos vestiários e refeitórios.

Esta terça-feira, um trabalhador de 69 anos de uma empresa terceirizada do porto de Natal (RN), ficou ferido após ser atingido por um equipamento de 20 quilos que deslizou e atingiu sua cabeça. Estas informações não foram detalhadas pela empresa administradora do porto (Codern - Companhia Docas do Rio Grande do Norte) quando confirmou o acidente, são informações detalhadas pelos trabalhadores que aguardavam o atendimento junto ao colega ferido.

As características deste acidente e tantos outros são um exemplo de como os ataques que o governo golpista de Temer, seguido pela ascensão da asquerosa extrema direita de Bolsonaro no nosso país descarregaram sobre as costas da nossa classe e de como estes ataques literalmente cortam na nossa carne. Aqui falando tanto da Reforma Trabalhista aprovada no governo Temer, quanto da Previdência aprovada no governo Bolsonaro e as privatizações. Ou seja, desde o golpe institucional de 2016 a burguesia brasileira vem descontando a crise capitalistas nas nossas costas, precarizando as condições de vida e trabalho.

Um senhor de 69 anos, deveria poder estar aposentado; mas a burguesia junto ao congresso nacional aprovou uma reforma para nos fazer trabalhar até morrer. A existência da terceirização está à serviço de impor ao setor mais oprimido da nossa classe - mulheres e negros - as piores condições de trabalho. E a reforma trabalhista, aliada à lei de terceirização irrestrita, veio para generalizar esta prática. As empresas terceirizadas praticam contratos precários, com poucos ou nenhum direitos, declaram “falência” quando julgam que lhes é conveniente para não pagar o que devem aos trabalhadores. E tudo isso protegido pelas leis do nosso sistema judiciário, que está aí para defender os interesses dos patrões.

Este caso emblemático do porto de Natal no Rio Grande do Norte se soma a outros que aconteceram recentemente: em fevereiro deste ano, a queda de uma estrutura metálica no porto de Suape em Ipojuca (PE) matou um trabalhador e feriu outros dois, todos eles trabalhando para empresas terceirizadas. Em dezembro do ano passado, um trabalhador terceirizado morreu atropelado por um equipamento no porto de Paranaguá, no Pará.

Podem parecer infelizes coincidências, mas não são. Desde o primeiro ano de governo, Bolsonaro se dedicou a atacar cada uma das normas regulatórias de segurança e saúde do trabalho, legalizando a carnificina contra os trabalhadores. Especificamente sobre a segurança do trabalho nos portos e grandes indústrias, o governo alterou o trecho que tratava justamente da necessidade de investimento em manutenção dos equipamentos para adequações. Esse ponto é especialmente sensível, já que grande parte dos acidentes de trabalho acontecem na operação de máquinas e equipamentos, que representa 15% deles.
Nós trabalhadores precisamos nos organizar para combater a precarização do trabalho e exigir as condições de segurança no trabalho e responsabilizar a patronal e seu governo de plantão por causa do acidente, assim como acabar com a terceirização do trabalho, incorporando imediatamente os trabalhadores terceirizados ao quadro de efetivos.

Isso passa por levantar um programa pela revogação integral da reforma trabalhista, da previdência e privatizações, exigindo das direções das grandes centrais sindicais que organizem a luta contra a extrema direita de Bolsonaro e o conjunto da direita que sustenta os ataques de seu governo contra a classe trabalhadora, a partir de cada local de trabalho e estudo do nosso país, convocando os movimentos sociais e sem nenhuma ilusão em setores burgueses como Geraldo Alckmin, Fiesp e Febraban, como vem fazendo Lula e o PT com as alianças para as eleições que como expressou no 1º turno, serviram de fato para fortalecer a própria extrema direita.

 
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