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Independência de classe
Enfrentar Bolsonaro e as reformas em um país mais à direita
Redação

Veja o programa Brasil não é pra amadores com Danilo Paris e Diana Assunção, e as intervenções da Juventude Faísca Revolucionária em manifestações e assembleias contra Bolsonaro e as reformas, sem aliança com a direita e os patrões

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Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

No programa O Brasil não é para amadores, Danilo Paris e Diana Assunção analisaram a situação política do país apontando que o resultado das eleições do dia 2 confirmou um curso à direita no regime político que não se inicia agora. Além da votação expressiva em Bolsonaro, que mesmo abaixo de Lula ampliou em 1,7 milhões de votos seu desempenho de 2018, o resultado da votação nos outros poderes também compõe o quadro de uma maior institucionalização da extrema-direita. Isso não significa que a extrema direita vai abandonar sua política de mobilização reacionária, ela depende disso inclusive para as disputas políticas no interior do regime, mas a questão é ver o quanto ela avança no interior do regime, nesse processo de institucionalização maior.

Demonstraram que no Senado, consumou-se a eleição de quinze senadores alinhados com o bolsonarismo, enquanto os apoiados por Lula foram oito. Ainda que não signifique conquistar a quantidade necessária para impor resoluções com sua própria força, o que exigiria dois terços da casa, é uma composição com maior peso bolsonarista. E na Câmara, ocorreu a vitória do orçamento secreto e da nova ala do centrão bolsonarista, que alcançou resultados que podem ser considerados históricos. Dos 20 deputados federais mais votados do país, apenas cinco deles são do campo lulista. O que se vislumbra é o Congresso mais conservador da mal chamada Nova República, com partidos marcados por uma mistura de fisiologismo, reacionarismo nos costumes e neoliberalismo econômico. E esse setor quer alçar vôos maiores. Está em curso a articulações da fusão do PP com o União Brasil, o que pode gerar uma força muito poderosa no legislativo e fortalecer ainda mais essa ala do centrão.

Diante deste cenário Danilo reafirmou que “Inclusive agora no Rio Grande do Sul, Bolsonaro voltou a lançar desconfiança nas urnas e chamar sua base para permanecer nas sessões eleitorais até a apuração. Não temos que ter a menor dúvida que essas ameaças temos que enfrentar com luta, nos preparando desde já, e não paralisando os sindicatos. Sem dúvida seremos a primeira fileira dessa batalha. E que precisamos rechaçar com força”.

Neste mesmo sentido, apontaram que a “tucanização” da chapa de Lula, é uma expressão do sentido à direita em que se move o regime político. Alckmin, figura neoliberal de primeira ordem, representa a tentativa de unificação entre os antigos pólos do regime de 1988. Agora, no segundo turno, veremos essa tendência ir até o extremo, com o apoio de partidos como o Cidadania, alas do PSDB, além de figuras como Tebet e FHC, sem falar de todo o apoio dos economistas neoliberais do Plano Real como Persio Arida, Pedro Malan, Armínio Fraga, Edmar Bacha. Por serem setores que vocalizam a posição do capital financeiro esta é, dentre tantas outras, mais uma expressão que a fração dirigente do imperialismo dos EUA prefere Lula-Alckmin a Bolsonaro, como demonstrou com a resolução votada no seu Senado contra a retórica de questionamento das eleições de Bolsonaro. A própria campanha do PT já expressa muitos desses elementos de direitização. Tanto Lula como Alckmin vieram enfatizando reiteradas vezes que são contrários ao aborto. Agora vêm aí a Carta ao povo cristão para reafirmar compromissos ainda mais reacionários. Uma expressão a mais da situação à direita.

Assim, enquanto o primeiro turno mostrou justamente que a política de conciliação de classes e alianças com a direita não enfraqueceu o bolsonarismo - e nem sequer cumpriu os objetivos de agregar votos, como se vê no interior paulista, “bastião” de Alckmin, e onde foi mais surpreendente a votação de Bolsonaro -, o caminho adotado pelo PT é aprofundar ainda mais essa política. E também buscar convencer sua base social de que isso é necessário frente ao fortalecimento da extrema direita, que na verdade só pode ser derrotada pela luta, que as direções das centrais sindicais e do movimento de massas vêm desarmando como parte dessa mesma política de aliança e conciliação com a burguesia, sempre contendo e desviando qualquer possibilidade de que se desenvolva um enfrentamento sério à extrema-direita com greves, manifestações de rua, mobilização e organização independente.

Sobre isso Diana Assunção declarou no programa que “É compreensível que muitos setores depositem no voto em Lula a expectativa de derrotar Bolsonaro. Inclusive nós do MRT vamos estar na primeira fila, como sempre estivemos, do combate ao bolsonarismo, estando lado a lado daqueles trabalhadores e jovens que não querem um novo governo Bolsonaro, e vão votar em Lula, nulo ou irão se abster. Mas alertamos que esta chapa Lula-Alckmin não é capaz de enfrentar o bolsonarismo pois está aliada com a direita golpista e os patrões. E as urnas já confirmaram, a extrema direita continuará existindo não apenas como força social, mas com peso nas instituições do regime. Mesmo em um eventual governo Lula, as condições econômicas e políticas vão ser completamente hostis a quaisquer concessões econômico-sociais. Ao contrário, o que se apresenta é um cenário de novos ataques, além da manutenção de todo o legado de contra-reformas e privatizações dos últimos anos. Viemos expressando essa posições em várias assembleias estudantis com nossas companheiras da Faísca e do Pão e Rosas dialogando com todos estudantes, mas ao mesmo tempo denunciando essa situação, achei expressiva a fala da nossa companheira Elisa Campos na UFMG onde ela dizia que querem nos fazer ter mais confiança em Alckmin do que na força da juventude e da nossa classe. Neste sentido, ter como ponto zero de qualquer posição política a luta pela revogação integral de todas as reformas para enfrentar Bolsonaro me parece que deveria ser o programa do conjunto da esquerda”.

Nas últimas semanas a juventude Faísca esteve na linha de frente da organização da luta contra Bolsonaro e os cortes nas universidades federais expressando a posição política do MRT em assembleias e manifestações.

No Suplemento Teórico Ideias de Esquerda viemos expressando importantes debates teóricos sobre a situação política atual como no artigo “Fascismo ou Bonapartismo: Lições de Trotski para o Brasil de hoje” de André Barbieri, leia aqui.

 
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