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Greve geral na França
18 de outubro: a classe trabalhadora na França acordou em greve pelo aumento dos salários
Redação

Trabalhadores da energia, dos portos, do setor hoteleiro, dos transportes, da indústria, estudantes secundaristas e universitários se somaram à greve dos trabalhadores das refinarias de petróleo pelo aumento dos salários, e fizeram hoje (18) uma grande paralisação nacional. Um processo de luta que mostra o caminho para no Brasil enfrentar Bolsonaro, os cortes e as reformas que precarizam nossas vidas e nosso trabalho, sem alianças com a direita!

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Há três semanas os trabalhadores das refinarias de petróleo estão em greve na França, por aumento salarial, diante da inflação galopante que corrói as condições de vida na Europa. A greve atingiu a principal empresa do setor petroquímico e energético do país, a Total, localizada na Normandia, em Le Havre, e veio suscitando questionamentos contra a precarização da vida em demais setores dos trabalhadores e dos estudantes franceses.

Hoje, em Le Havre, sede da Total, mais de 10.000 pessoas se manifestaram esta manhã: estivadores, trabalhadores da educação, dos hospitais e outros.

Nacionalmente também houve forte adesão no setor hoteleiro, composto por trabalhadoras camareiras que em sua maioria ganham menos que um salário mínimo. Na rede Novotel, 100% do quadro em Saint-Avold aderiu à greve.

Os ferroviários também paralisaram seus trabalhos na estação Gare de Lyon e em Le Bourget, em Toulouse, com cerca de 80% do pessoal paralisado pelo aumento salarial; em alguns setores da companhia SNCF, na Ocitânia, a greve teve adesão de mais de 50%. Na região parisiense, mais de uma centena de trabalhadores da manutenção de ônibus e metrô da RATP em greve se reuniram cedo nos piquetes pelos salários e contra o fim do monopólio estatal dos serviços de transporte público na capital.

Desde as 9 horas da manhã se tem a confirmação de que trabalhadores de ao menos 10 usinas nucleares em greve se mobilizam neste dia. A matriz energética nuclear é uma das principais na França, e a categoria foi uma das primeiras a ser contagiada pela onda de luta salarial iniciada pelos petroleiros. Na central de Gravelines, a maior do país, centenas se reuniram no pátio desde a madrugada.

Na indústria, uma greve praticamente inédita está acontecendo na Thyssenkrupp Presta France, indústria subcontratada do setor automobilístico. Devido à corrosão dos salários, por causa da inflação, os trabalhadores não querem ter que escolher entre comer, se vestir, ou comprar combustível para ir trabalhar.

Na Airbus, uma greve sem precedentes nas linhas de montagem A320 em Toulouse, de onde sai um avião inteiro por dia. Os grevistas reivindicam aumento de 10% diante da inflação, e a greve de adesão majoritária vem sendo capaz de unir trabalhadores sindicalizados e não-sindicalizados. Na mesma cidade, milhares de pessoas para o dia de luta ao lado dos petroleiros, se posicionando contra o ataque do governo Macron, que usa uma lei da segunda guerra para obrigar parte dos grevistas a irem ao trabalho sob ameaça de prisão.

Na Sorbonne, a administração central buscou fechar mais cedo o espaço onde estava marcada a concentração, o que não impediu os estudantes de se reunirem às portas da universidade. Os estudantes da universidade Paris 8 também pararam esta manhã em solidariedade. Os estudantes secundaristas bloquearam a entrada de suas instituições e também reivindicaram melhores condições de ensino, por mais professores, contra a reforma do Ensino Médio Profissionalizante, pela universidade gratuita e contra a reforma da previdência. Nas escolas houveram vários bloqueios pela manhã: escola secundária Hélène Boucher (Paris XX), Juliot Curie (Nanterre), Jules Guesdes (Montpellier), Liceu Lamartine (Paris 8), Liceu Racine (Paris 9). Em Racine, os alunos do ensino médio gritavam "Macron você está ferrado, Racine está na rua!". Em Brequigny (Rennes) cerca de 600 alunos do ensino médio e mobilizaram. No Liceu La Tourelle, em Sarcelle, a polícia foi chamada para reprimir os estudantes com gás lacrimogêneo.

Em Grenoble, 2000 pessoas se reuniram em frente à sede da MEDEF, a maior federação patronal da França, denunciando os lucros colossais dos grandes empresários enquanto os trabalhadores e a população amargam uma inflação histórica e os ataques dos governos.

A classe trabalhadora e a juventude da França estão mostrando que o caminho por nossas demandas está na organização da classe trabalhadora e na luta de classes, sem conciliação com os patrões, com o estado burguês e com a direita. No Brasil, as urnas já confirmaram que a extrema direita continuará existindo não apenas como força social, mas com peso nas instituições do regime.

Por isso para enfrentar o legado de contra-reformas e privatizações descarregado sobre nossas costas, é preciso seguir o exemplo de luta que hoje vemos na França e que também vimos quando as manifestações universitárias aqui fizeram o governo Bolsonaro recuar em um novo corte bilionário - esse é o caminho. A frente ampla de Lula com o reacionário Alckmin não será capaz de enfrentar o bolsonarismo, pois está aliada com a direita golpista e os patrões responsáveis por cada ataque e que até ontem estavam com Bolsonaro. Por isso, neste dia de luta, reforçamos a necessidade de as centrais sindicais, como a CUT (PT) e a CTB (PCdoB), romperem sua paralisia e organizarem um plano nacional de lutas com organização desde assembleias democráticas nas bases, com greves e manifestações, para virar a balança ao nosso favor e reverter cada ataque dos últimos anos.

 
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