Em discurso realizado nesta quarta-feira (26), Bolsonaro começa a se preparar para uma possível derrota eleitoral. A admissão da possível derrota, porém, ainda que submetendo às "4 linhas da Constituição", também busca manter sua base mais dura de extrema direita coesa e preparada para possíveis ações golpistas. Mantendo a linha de sempre alentar questionamento sobre o processo eleitoral, Bolsonaro dessa vez usou de provas fantasiosas para alegar que suas campanhas estavam sendo boicotadas nas rádios.

A declaração se deu em meio a crise com Roberto Jefferson, que sem dúvidas prejudicou sua campanha. A própria ação Roberto Jefferson disparando tiros e granadas contra PF foi uma ação, ainda que isolada, de alentar uma base de extrema radicalizada contra as instituições oficiais de repressão do estado, passando da correlação de forças e obrigado Bolsonaro a ter de se separar e agora se relocalizar.

Ainda que a possibilidade de um golpe de fato esteja bastante restringida sem apoio da parte majoritária do capital financeiro e do imperialismo norte americano, que se alinha na chapa Lula-Alckmin, precisamos rechaçar toda e qualquer tipo de tentativa de ação golpista da extrema direita. Como Marcello Pablito, trabalhador da USP e dirigente do MRT, afirmou: “O DNA do Bolsonaro é o golpe de 1964 e o porão do DOPS. O golpismo está em seu sangue. Subiu ao poder graças ao golpe de 2016 e as eleições manipuladas de 2018”.

É preciso combater as ameaças e ações da extrema direita e do bolsonarismo com a força da nossa classe, com greves e atos, e as centrais sindicais darem resposta a altura. Ao mesmo tempo, não esqueçamos, que o TSE, o STF, o Alexandre de Moraes, essa justiça de conjunto que encarcera milhões de negros pobres todos os dias, todos eles foram peça chave da ascensão de Bolsonaro ao prender Lula em 2018 e também em avalizar o golpe de 2016 e todas as reformas neoliberais de Temer e Bolsonaro. Por isso devemos confiar em nossas próprias forças e não na direita ou nas instituições desse regime golpista.