Bolsonaro demorou quase 48 horas para vir a público se pronunciar sobre a derrota do segundo turno. Sua fala foi curta, agradeceu seus eleitores e logo reivindicou os bloqueios golpistas que se espalharam pelo país desde segunda-feira de manhã como “movimentos populares fruto da indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”.

Ao mesmo tempo, disse que seus “métodos não podem ser os da esquerda”, se referindo às manifestações. Em seguida afirmou que jogará “dentro das quatro linhas da Constituição”. Em nenhum momento afirmou abertamente que foi derrotado. Ou seja um discurso ambíguo, que joga para manter sua base, ao mesmo tempo em que anuncia a transição de governo (com Ciro Nogueira a frente, junto de Alckmin) e se postula como líder da oposição. Para encerrar o discurso, retomou lema fascista/integralista: “Deus, Pátria e Família”.

É preciso responder às manifestações golpistas e patronais do bolsonarismo com a força da classe trabalhadora, de forma independente do governo eleito. Tomemos os exemplos de metalúrgicos, estaleiros e população que está se enfrentando com o bolsonarismo nas rodovias. Que os sindicatos organizem um plano de luta já! Revogação integral de todas as reformas neoliberais e os ataques!