"Fomos recebida já tendo que trabalhar com trabalho escravo, lavar chão, lavar parede, tem um relatório que diz que temos que lavar até o teto, mas nao tem escada e nem corda… e o assédio moral é muito forte, se faltamos no ponto facultativo a gente recebe uma advertência e não sabemos como será daqui pra frente..." foi o relato de uma trabalhadora terceirizada que hoje está paralisando suas atividades na Unicamp de Limeira.
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Nessa quarta, 16, o bandejão da Unicamp de Limeira amanheceu totalmente paralisado pelas trabalhadoras terceirizadas e os estudantes que reivindicam a manutenção dos emprego, direitos, e se colocam contra a precarização e o assédio moral, já que são inúmeros relatos de sobrecarga, assédio, e vimos em setembro uma trabalhadora, Cleide, ter um mal súbito e morrer no meio do trabalho.
Uma das trabalhadoras que hoje está paralisada relatou ao esquerda diário:
"Fomos recebida já tendo que trabalhar com trabalho escravo, lavar chão, lavar parede, tem um relatório que diz que temos que lavar até o teto, mas nao tem escada e nem corda… e o assédio moral é muito forte, se faltamos no ponto facultativo a gente recebe uma advertência e não sabemos como será daqui pra frente..." foi o relato de uma trabalhadora terceirizada que hoje está paralisando suas atividades na Unicamp de Limeira.
Outra trabalhadora também contou sobre um acidente de trabalho que ela teve graças a falta de EPIs adequados e como não teve o atendimento adequado, mesmo quando Cleide teve o mal súbito.
"Eu prendi o dedo nas caixas térmicas que colocamos a comida para mandar pra fora, quando eu fui travar meu dedo tava travado, se eu tivesse com a luva laranja mais grossa, não tinha machucado, mas essa luva está em falta... na hora senti como se tivesse cortado um pouco do dedo, eu fui pro médico e fiquei afastado, quando voltei fui ajudar no salão escorreguei e levei um tombo, de costas, eu to toda travada de dor... vou falar pra você que não é fácil, nem vieram saber se tinha sido grave meu acidente, quem me levou no médico foi uma trabalhadora do estoque, da equipe ninguém veio se preocupar, a única coisa que estavam preocupados é se tinha contaminado a caixa... é incrível uma faculdade e não ter nada, nem ambulância, a gente ter que procurar uma UPA... no dia que a Cleide caiu, demorou para chegar uma ambulância".
É escandaloso o relato das trabalhadoras. É assim que é o cotidiano de centenas de mulheres negras na Unicamp de excelência, que a reitoria de Tom Zé e os governadores gostam de propagandear, escondendo que é nessa universidade que mulheres como a Cleide chegam a deixar suas vidas vítimas da precarização do trabalho, do machismo e do racismo. É preciso fortalecer o caminho da paralisação de hoje na Unicamp e lutar pelo fim da terceirização, sem ncessidade de concurso público! Cleide Presente!
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