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COP27
O combate ao aquecimento global não será junto aos governos imperialistas de Biden e Macron
Jade Penalva

Nesta quarta-feira (16), Lula realizou um discurso na Conferência do Clima da ONU, COP27, mostrando seu entusiasmo acerca do retorno do Brasil ao cenário internacional. O que está por trás disso?

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Foto: Christophe Gateau/picture alliance via Getty Images

A COP27 está acontecendo na cidade costeira de Sharm el-Sheikh, no Egito, onde chefes de Estado, cientistas e ONGs de todo o mundo se reúnem para discutir o aquecimento global e transições para energias renováveis. O local escolhido para sediar a COP27 é uma das regiões mais afetadas pelos efeitos das mudanças climáticas. Uma cidade de concreto e asfalto, quase que uma ofensa aos que lutam pela preservação do clima, expressão do sistema capitalista cuja verdadeira preocupação é enriquecer uma parcela de empresários e burgueses que veem o mundo como mercadoria e oportunidade de negócio, enquanto a crise é descarregada nas costas dos trabalhadores, jovens, povos originários, mulheres, negros, LGBTQIA+ e do povo pobre.

Lula, ao dizer que “o Brasil está de volta” na COP27, reafirma sua disposição em negociar com os grandes imperialistas, como Macron e Biden, sem se confrontar com a política ecocapitalista de destruição dos ecossistemas e ataque aos povos originários e a população mais pobre, que são os primeiros a sofrer os efeitos do aquecimento global. Não podemos ter nenhuma confiança no imperialismo norte-americano ou europeu e em sua demagogia de "capitalismo verde". Biden, Macron e as outras potências capitalistas são os maiores poluidores mundiais, representantes políticos dos grandes capitalistas que veem nas nossas riquezas naturais e na biodiversidade amazônica grandes oportunidades de enriquecimento.

A verdade a ser dita é que não dá para se ter uma política que preserve os povos originários, os biomas e que seja sustentável e ecológico junto àqueles que promovem sistematicamente, e conscientemente, a destruição ambiental em prol dos próprios lucros. O negacionismo e a política ambiental ecocida que o governo Bolsonaro promoveu, atacando populações ribeirinhas, naturalizando as secas mundo à fora, se irresponsabilizando pelas queimadas no Pantanal e na Amazônia e defendendo o agronegócio são um claro exemplo disso. Às vésperas da COP27, os registros do sistema Deter, programa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam que todos os maiores números mensais de desmatamento registrados na Amazônia ocorreram sob a administração de Bolsonaro, atingindo a marca de mais de 10 mil km² de desmatamento por ano.

Precisamos unificar as fileiras da classe trabalhadora, junto à juventude, os povos indígenas, as mulheres, o povo negro, a população pobre e LGBTQIs. É necessário exigir que as grandes centrais sindicais, como a CUT e a CTB, dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, assim como a UNE, organizem com assembleias de base um plano de lutas nacional, rumo à construção de uma grande paralisação nacional, o que só pode se dar de forma independente do novo governo e suas alianças com nossos inimigos.

Para assim impor pela nossa luta uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, onde poderíamos debater a reversão das reformas e privatizações, e saídas para todas as questões urgentes sofridas no país, contrastando com a reação do capital e seus representantes, evidenciando o antagonismo profundo dos interesses de classe e que é preciso decidir se seguimos sendo nós a pagarmos pela crise e pela catástrofe climática que eles criaram.

Sem confiança no capitalismo verde, porque é a classe trabalhadora, que move todas as máquinas, toda a produção, todo o transporte e serviços, possui a força social para, organizada, derrubar todo esse sistema e seus representantes, e construir no lugar uma nova sociedade, com uma economia planificada, ecologicamente sustentável e que atenda às necessidades mais urgentes da população. A crise ambiental e climática só comprova que o capitalismo precisa acabar.

 
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