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Eleições UnB
Desafios dos estudantes do Serviço Social e as eleições do CASESO
Eduardo Máximo
Estudante da UnB e bancário na Caixa
Faísca Revolucionária - UnB
Luiza Eineck
Estudante de Serviço Social na UnB

Para derrotar o bolsonarismo, que se fortaleceu nas eleições, apesar da derrota eleitoral de Bolsonaro, e os ataques, precisamos de um CASESO democrático e pela base, aliado aos trabalhadores e independente dos governos e da Reitoria, inclusive do eleito Lula-Alckmin que nessa transição conta com mega empresários e a direita. Nós da Faísca Revolucionária, abrimos esse debate com es estudantes em base ao programa das chapas concorrentes para contribuir no processo eleitoral do CASESO.

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Nós da Faísca Revolucionária queremos abrir um debate com todes estudantes sobre os programas e propostas políticas da Chapa 1 - “Nós por nós”, composta pelo Juntos! (MES/PSOL), pela Correnteza (UP) e independentes. E a Chapa 2 - “Rosa Luxemburgo” composta por independentes e pela Liberdade e Luta (Esquerda Marxista/PSOL) que que concorrem à gestão do Centro Acadêmico de Serviço Social na UnB, o CASESO.

Frente ao cenário de crise, fome, desemprego, cortes e reformas contra a população, uma coisa é certa: a extrema-direita e o legado bolsonarista na educação, que acumula cortes orçamentários bilionários e intervenções nas universidades, só serão derrotados nas ruas com a força da nossa luta e mobilização. A derrota eleitoral de Bolsonaro criou um sentimento de alívio, ao mesmo tempo o bolsonarismo se fortaleceu institucionalmente e seguirá como força social, assim como deseja dar continuidade aos ataques à juventude e à nossa Universidade.

O nosso desafio enquanto estudantes é retomar o legado histórico combativo e subversivo do movimento estudantil. E para isso, precisamos de um centro acadêmico independente das Reitorias e dos governos e aliado aos trabalhadores. Enxergamos que a política de conciliação de classes de Lula-Alckmin e o PT - na qual a esquerda vem se adaptando acriticamente e se diluindo na política petista - jamais será uma alternativa para a juventude e a educação. Desde as eleições fazem alianças com os nossos inimigos, os patrões neoliberais, a direita tradicional; e agora no governo de transição aprofundam isso ainda mais.

Como estar junto dos tubarões da educação, dos grandes articuladores da Reforma do Ensino Médio e da BNCC, que encabeçaram grandes ataques à educação nos últimos anos, fortalece a luta dos estudantes e contra a extrema-direita? Essa é a primeira pergunta que fazemos à Chapa 1 - “Nós por nós”, composta pelo Juntos! (MES/PSOL), pela Correnteza/UJR (UP) e independentes. Visto que tanto o PSOL, quanto a UP, comemoram sua participação no governo de transição, coordenado por Alckmin, e recheada de inimigos da juventude como o Banco Itaú e a Fundação Lemann - segundo homem mais rico do Brasil - que compõem a equipe de transição na educação.

Ao contrário de fortalecer a frente ampla “à esquerda” como dizem, deixam de lado as demandas da juventude e acabam subordinando-as aos interesses dos empresários, da direita e dos capitalistas. Em seu programa, a chapa 1, omite seu apoio ao governo de transição, e diz “Sem perdão, nem esquecimento” para introduzir o tópico de ataques à educação, mas na prática apoiam, perdoam e têm a memória curta de quem nos atacou.

Leia mais: Eleições do Caseso, o que está em jogo?

A mesma política que as organizações levam à frente nos problemas nacionais, se expressa no movimento estudantil de diversas maneiras, primeiramente, a conciliação de classe se mostra na completa subordinação e confiança cega na Reitoria que aplica os cortes e ataques do governo sob os setores mais precários da universidade como os estudantes que necessitam de permanência e assistência estudantil, as negras e negros, indígenas e quilombolas, e os trabalhadores terceirizados. No programa da Chapa 1, não há uma menção sequer e responsabilização à Reitoria pela situação em nossa universidade. Dessa forma, também há uma ausência de questionamento mais profundo à nossa universidade que vivemos neste sistema.

Mas isso não é novidade, grande parte des estudantes que compõem a Chapa 1 estiveram à frente da última gestão do nosso CA, do Juntos!, por quase três anos pela ausência de eleições. Agora tentam a reeleição, mas darão continuidade a mesma política de paralisia que vinham levando. Não promoveram um Caseso “vivo e em movimento” como reivindicam, muito pelo contrário, no semestre passado foram sistemáticos em negar o espaço do CA para es estudantes, proibiram nós da Faísca juntos de outros estudantes a promover um HH do Orgulho em comemoração ao mês LGBTQIAPN+, assim como de fazer uma roda de conversa sobre o Aborto Legal, Seguro e Gratuito. Agora, o Juntos! se propõe a estar com os stalinistas da UP, que para além de defenderem o legado de conciliação de classes, fazem jus aos métodos nefastos stalinistas de desfiguração histórica, perseguição e calúnia contra organizações do movimento estudantil, não à toa arrancaram a faixa do grupo de estudos “Marxismo e Luta de Classes” que organizamos e colocaram uma do Stálin. Isso só serve para desarticular o movimento estudantil sendo um desserviço na luta contra a extrema-direita.

A Chapa 2 - “Rosa Luxemburgo" organizada por independentes e pela Liberdade e Luta (Esquerda Marxista/PSOL), se propõe a ser uma chapa de oposição à última gestão. Possuem diferenças claras com a Chapa 1, a começar pela reivindicação do marxismo como um guia para ação e elementos programáticos que são mais consequentes com a resolução dos problemas estruturais da nossa universidade como ligado à luta imprescindível pela Lei de Cotas defender o fim do vestibular. Mas também, a luta pelo fim do teto de gastos, da dívida pública, etc. Um outro elemento importante é a reivindicação do CA como um espaço democrático e de todes estudantes. Porém, de maneira geral, não estabelecem uma relação entre as demandas mais urgentes e demandas mais estruturais que colocam como “à longo prazo”. Um exemplo é a urgente luta pela assistência estudantil, que deve ser para todes e de acordo com a demanda. Isso só pode ser concretizado se nos organizamos de forma independente do governo Lula que se alia aos tubarões da educação e pela base em nossas entidade, lutando junto dos trabalhadores para revogar os cortes e o teto de gastos, exigindo da Reitoria que aplicou os ataques do bolsonarismo a abertura do livro de contas para toda comunidade universitária organizar financeiramente a UnB. Mesmo as demandas “pra agora” só podem ser plenamente conquistadas se atacamos os lucros dos capitalistas e apontamos o caminho necessário para que a UnB sirva à classe trabalhadora e ao povo pobre. Esse é o papel que o movimento estudantil pode cumprir.

É central debater com a Chapa 2, a necessária independência da Reitoria e dos governos como desenvolvemos acima. Não há delimitação e responsabilização da situação vivida pela Reitoria em seu programa, e acabam por não se colocar de maneira independente do governo de transição. Vale lembrar que a Esquerda Marxista que compõe a chapa também está no PSOL, e no governo de transição.

O que está em jogo nessas eleições é se o CASESO será um instrumento de luta para botar o bolsonarismo, as reformas e os ataques na lata do lixo da história, ou se continuará sendo uma consultoria da Reitoria que aplicou os ataques do bolsonarismo, que assedia, deixa morrer e demite terceirizadas, em sua maioria mulheres negras e periféricas; ou se manterá apoio a um governo de conciliação com os grandes tubarões da educação que apoiaram o golpe de 2016, a prisão arbitrária de Lula e querem privatizar as universidades e fazer a juventude trabalhar até morrer sem nenhum direito. Colocamos para o debate a necessidade de que as chapas que concorrem no processo se posicionem por um CASESO aliado não aos patrões e à direita, mas aos trabalhadores, por uma entidade democrática e pela base como antídoto à paralisia e conciliação do PT, UJS e Levante que dirigem UNE, ao qual PSOL e UP se adaptam como aconteceu na completa paralisia promovida pela última gestão do CASESO e no próprio DCE. Se queremos derrotar o bolsonarismo, esse debate é fundamental, e gostaríamos de fazê-lo aberta e francamente para que o nosso CASESO esteja mais forte e à altura das lutas que precisamos travar. É para isso que resgatamos as lições mais avançadas do marxismo revolucionário.

Leia também: UNE na transição de Alckmin junto ao MDB: por que lutar por entidades independentes de todos os governos?

 
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