Na última noite do ano, o vice-presidente de Bolsonaro e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão, fez o último pronunciamento de seu governo. Enquanto isso Bolsonaro já se encontrava em resort de luxo em Miami.

Com elogios ao seu próprio governo, com diversas afirmações falaciosas, atacou o futuro governo Lula-Alckmin, pediu a pacificação de sua base mas com um discurso ainda dúbio.

Sobre a Amazônia mentiu que o governo buscou diminuir o desmatamento. O próprio ex-ministro e futuro deputado, Ricardo Salles, definiu que seu governo queria "passar a boiada".

Elogiou a Reforma da Previdência, que manteve os privilégios de militares e da alta cúpula do Judiciário enquanto deixa 5 milhões na fila.

Para finalizar, pediu a desmobilização dos acampamentos, mas prometendo oposição e a defesa de destino-manifesto para um Brasil liberal, discurso que só existe na mente de militares e do imperialismo norte-americano. Esse mesmo discurso legítimou diversos golpes militares no último século na América Latina.

Leia o discurso na íntegra

Hoje a extrema-direita, generais e outros reacionários saem do palácio do Planalto, mas mantém suas posições em governos estaduais, no congresso, no judiciário e outras instituições. A conciliação com capitalistas e golpistas não permite derrotá-los. Pelo contrário vai fortalecendo inimigos da classe trabalhadora. Para derrotar a extrema-direita precisamos construir uma força política a partir da base, que organize a classe trabalhadora, as mulheres, negros, indígenas, LGBTQIAP+ e a juventude de forma independente de qualquer ala da burguesia, inclusive do governo eleito, exigindo que as centrais rompam sua política interessada ao governo e organize um plano de lutas para derrotar e revogar todas as reformas.