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Reforma Trabalhista
Em seu discurso de posse, Lula fala em “nova legislação trabalhista” negociada com empresários
Redação

No seu discurso de posse, Lula se confrontou com algumas políticas de Bolsonaro, mesmo sem mencioná-lo diretamente, porém não citou nenhuma palavra sobre a reforma trabalhista aprovada em 2017 na gestão golpista de Temer. Anunciou uma nova legislação ainda pouco definida e com foco no empreendedorismo. Entregadores articulam a primeira paralisação dos aplicativos para o dia 25/01.

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Como dissemos aqui, na cerimônia de posse, Lula declarou que seu governo será de “união e reconstrução”. E em contraste com toda a misoginia e racismo do governo Bolsonaro/Mourão, a cerimônia buscou expressar a diversidade, trazendo representantes de diversos setores do povo brasileiro, como o de mulheres, negros, indígenas, pessoas com deficiência. Lula também já tomou uma série de medidas e decretos que alimentam expectativas em grande parcela da população, que se sentem aliviadas pelo fim do governo reacionário de Bolsonaro.

Mas diante de um discurso que destacou a “terra arrasada” deixada pelo governo Bolsonaro e a necessidade de “reconstrução”, chama atenção que Lula não tenha mencionado a necessidade de revogar a reforma trabalhista. Aprovada em 2017 pelo governo golpista de Temer, a reforma significou um brutal ataque aos direitos dos trabalhadores, aumentando a precarização e a chamada uberização do trabalho.

Já na campanha eleitoral, para agradar os partidos que compuseram a frente ampla, ao lado de Alckmin, e com apoio da burocracia sindical na figura de Paulinho da Força, Lula já havia sinalizado que não iria revogar a reforma para atender aos interesses do mercado. No programa de governo, o que se oficializou foi a revisão de alguns pontos que ainda não estão definidos, mas o principal deles é um novo tipo de financiamento das centrais sindicais, para recuperar e fortalecer o atrelamento do regime sindical ao Estado.

"Vamos dialogar, de forma tripartite – governo, centrais sindicais e empresariais – sobre uma nova legislação trabalhista. Garantir a liberdade de empreender, ao lado da proteção social, é um grande desafio nos tempos de hoje", disse Lula na posse. Apesar de não ter sido ainda anunciada oficialmente, e dependendo ainda de acordo dos empresários com as centrais sindicais, o novo governo Lula-Alckmin já demonstra como manterá a estrutura do trabalho precário, o ataque aos direitos, promovendo o "empreendedorismo liberal" para combater o desemprego. Outro sinal claro disso, é que lula deixou a cargo de Alckmin, inimigo dos professores, metroviários e dos negros, a tarefa de debater com o empresariado a respeito das reformas.

Sob essa nova roupagem empreendedora o que está em jogo é aumentar ainda mais o trabalho informal, sem direitos, aumentando a divisão da classe dos trabalhadores, enfraquecendo mais seu poder de articulação. Se o PT na sua gestão anterior para favorecer o lucro patronal promoveu a imensa divisão de trabalhadores efetivos e terceirizados, tende a potencializar isso ainda mais, formalizando o trabalho precário informal como parte de uma nova legislação trabalhista, sem que esses trabalhadores tenham salários dignos e seus direitos trabalhistas garantidos.

Diante desse contexto, os trabalhadores entregadores de aplicativo anunciaram para o próximo dia 25/01 a primeira paralisação no novo governo. O chamado BREQUE formado por motoboys autônomos articula uma paralisação em ao menos 4 estados, com manifestações em frente a centros comerciais importantes e aos escritórios da Ifood, uma das principais redes do setor. Os trabalhadores irão reivindicar melhores condições de trabalho e a maior participação nas decisões que serão feitas pelo governo sobre a regulamentação da atividade laboral.

A unidade que necessitamos é a dos trabalhadores, formais e informais, junto a todos os setores mais oprimidos da sociedade, de forma independente do novo governo eleito e das instituições do regime. E isso começa com as principais centrais sindicais rompendo com a passividade construída em prol da frente ampla e cercando de solidariedade e fortalecendo a luta dos motoristas de aplicativo. E convocando assembleias em cada local de trabalho, unificando a luta da classe trabalhadora pela revogação das reformas que atacaram a nossa classe nos governos Temer e Bolsonarista e que seguirão massacrando a classe trabalhadora e os mais pobres enquanto existirem. Os trabalhadores terceirizados e informais devem ter os mesmo direitos e salários dos trabalhadores efetivos, e por isso é necessário um plano de luta que unifique todas as fileiras da classe trabalhadora, levantando a bandeira de efetivação, sem necessidade de concurso público e extinção do trabalho precário.

Fonte: Folha de São Paulo

Foto: Reprodução/Twitter/Lula/Ricardo Stuckert

 
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