www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
Feminicídio
Em Campinas, o ano inicia com mais um estarrecedor caso de feminicídio. Justiça por Regina!
Redação

Regina, de 40 anos, foi encontrada morta em tanque de lavar roupa em Barão Geraldo.

Ver online

O ano mal começou e a violência da sociedade patriarcal e capitalista mostrou sua face mais cruel e repugnante: Regina Lima da Silva Costa, de 40 anos, foi encontrada morta dentro de um tanque de lavar roupas no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, na última segunda-feira (2). Regina foi morta com facadas e marteladas em sua casa na região da Chácara Santa Margarida.

O marido de Regina foi preso e assumiu o feminicídio. Ele havia fugido com o filho do casal, de 6 anos, após o crime. O corpo de Regina foi velado hoje (4) no Cemitério Nossa Senhora da Conceição.

Esse é mais um caso brutal de violência contra a mulher que ocorre em Campinas. Lamentavelmente, a história de Campinas é marcada por casos bárbaros de repercussão nacional de violência contra as mulheres. É a cidade da chacina de Isamara e mais 11 pessoas, em sua quase totalidade mulheres, na virada de ano de 2016 para 2017 e do transfeminicídio de Kelly, travesti assassinada que teve seu coração arrancado com um caco de vidro em 2019, e de tantas outras mulheres que sofreram e sofrem com a violência cotidianamente.

De acordo com dados do Centro de Referência e Apoio à Mulher (CEAMO) houve um aumento de 66% no atendimento de mulheres vítimas de violência no terceiro trimestre de 2021 em relação ao ano anterior, com mais de um caso registrado por dia na cidade. Em 2022, nos primeiros sete meses, já havia ocorrido oito casos estarrecedores de feminicídio, todos por companheiros, ex-companheiros ou parentes das vítimas.

Em um país que bateu recordes de feminicídio nesse último ano, sob a gestão de extrema direita de Jair Bolsonaro, que junto com Damares Alves, aprofundou os ataques contra as mulheres junto com setores como o judiciário, o Congresso e o STF, aprovando reformas e avançando contra os direitos elementares das mulheres e que recai principalmente nas mulheres negras e pobres desse país. O parlamento no final do ano pasado, colocou novamente em pauta, o Estatuto do Nascituro, para retroceder no direito ao aborto até mesmo nos casos em que ele já é legalizado. São diferentes atores de um mesmo regime degradado, juntos para impor uma vida de miséria, controle, opressão e exploração para as mulheres.

Em São Paulo, onde o Republicanos governa o Estado e Campinas, Tarcísio acabou de colocar uma reacionária na Secretaria de Mulheres, o que reforça que precisamos continuar nos organizando contra a extrema direita e o bolsonarismo que odeiam as mulheres e querem seguir desferindo ataques, reformas e retirando nossos direitos mais básicos.

Estamos nos primeiros dias do governo Lula-Alckmin, e durante a última campanha, o PT lançou mão do mesmo que fizeram em 2002: utilizou o que chamou de "recuo tático" para rifar nosso direito a decidir em troca de negociatas com os mesmos setores que foram os protagonistas do Golpe Institucional de 2016.

Para combater o feminicídio e diante do aumento exponencial de casos de violência contra a mulher é preciso lutar para que os governos garantam um Plano Emergencial Contra a Violência às Mulheres com casas abrigo, direito à renda, emprego e toda assistência psicológica e material às vítimas. Assim como lutar contra as reformas que precarizam nossas vidas para aumentar o lucro de um punhado de capitalistas. Essas demandas só poderão ser arrancadas por um forte movimento de mulheres junto a classe trabalhadora e juventude, que tenha independência política do novo governo. As centrais sindicais e as entidades estudantis, assim como o movimento de mulheres e as organizações de esquerda devem estar a serviço de organizar desde cada local de trabalho, estudo e bairros essa batalha.

Nós do Esquerda Diário e do grupo de mulheres Pão e Rosas nos solidarizamos com os familiares e amigos de Regina, que possamos impor justiça por Regina e todas as vítimas de feminicídio, sem nenhuma confiança na justiça burguesa que legitima a cadeia de violência sistemática contra as mulheres, como o rebaixamento de salário em relação aos homens, trabalho precário, o não direito ao aborto e o controle sobre nossos corpos. Só através da nossa luta organizada, junto com a classe trabalhadora, negros, indígenas e lgbt’s, colocando sua força em movimento nas ruas, construindo um forte 8 de Março combativo, aliado a classe trabalhadora de forma independente do governo eleito que conseguiremos arraNcar justiça por todas as mulheres. A dor e revolta dessa morte brutal deve se transformar em luta contra o velho sistema, contra o velho patriarcado. É preciso fazer surgir um mundo novo, parido do ódio e revolta do velho mundo podre capitalista.

Veja também: Construir um forte 8 de março nos locais de estudo e trabalho, independente dos governos e patrões

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui