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Mais um dia 14
Há quase 5 anos: somente a luta pode arrancar justiça para Marielle, sem nenhuma confiança nesse regime
Redação

Neste momento, após as ações golpistas reacionárias do bolsonarismo, a palavra de ordem "sem anistia" se fortaleceu. Para garantir a não anistia, é preciso também responder: quem mandou matar Marielle e por quê? Vivemos mais um dia 14 sem saber quem são os responsáveis pelo brutal assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson, bem como suas motivações. São 1767 dias, 58 meses, quase 5 anos, sem Marielle. Apenas a luta independente dos trabalhadores, junto aos oprimidos, pode impor justiça, sem nenhuma confiança nas instituições desse regime e no novo governo.

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Marielle foi assassinada na noite do dia 14 de março de 2018, pouco mais de um mês do inicio da autoritária intervenção federal no Rio de Janeiro, instituída pelo governo golpista de Temer e comandada pelo reacionário general Braga Netto, depois ministro da Defesa de Bolsonaro e candidato a vice-presidência em sua chapa, derrotada na última eleição.

Há quase 5 anos desse fato, é preciso reafirmar que as instituições desse regime são comprovadamente incapazes de dar uma resposta à pergunta "Quem mandou matar Marielle?". Nesses 5 anos, tornaram-se evidentes as relações da família Bolsonaro com as milícias. O vizinho de condomínio de Bolsonaro acusado dos disparos contra a vereadora, Ronnie Lessa, hoje preso junto a Elcio de Queiroz, acusado de dirigir o carro, era chefe da milícia onde Fabrício Queiroz se escondeu no Rio de Janeiro, em Rio das Pedras. Em entrevista, ele chegou a relatar que foi ajudado por Bolsonaro em 2009, então deputado, para pular a fila da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação e conseguir uma prótese após um acidente. Além disso, Adriano Nóbrega morreu em 2020 em conflito com a polícia na Bahia e era conhecido pelo seu envolvimento com uma das maiores milícias da cidade do Rio, o Escritório do Crime, também suspeita no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, bem como era reconhecido pelo seu envolvimento com a família Bolsonaro. Em live, Bolsonaro chegou a afirmar "aponte um motivo que eu poderia ter para matar Marielle Franco”. O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes é parte do legado da extrema direita no país e do regime nascido do golpe institucional de 2016.

No entanto, as famílias seguem sem resposta, e cobraram inúmeras vezes o acesso às investigações. Foram inúmeras provas “perdidas”, ou destruídas, mudanças de mãos, além de denúncias de interferências de todos os lados e o inquérito - mesmo com a prisão dos executores - segue tão longe de chegar aos mandantes do crime quanto no primeiro dia. A completa ineficiência com a qual são levadas a frente as investigações não é acidental. Revela, na realidade, o caráter reacionário e racista desse Estado e do regime, que, com seus mil laços com as milícias, o crime organizado, e mesmo com envolvidos diretamente no crime, significa não levar de fato à resolução do crime e à justiça.

Tudo isso somente reafirma: o Estado é responsável. Neste momento, após as ações golpistas e reacionárias do bolsonarismo, a palavra de ordem "sem anistia" se fortalece. A luta por justiça a Marielle é parte de responsabilizar Bolsonaro, a extrema direita e esse regime podre por seu legado racista, misógino, anri-operário e anti-popular. Marielle é a ferida aberta do golpe institucional de 2016, e simboliza o aprofundamento da opressão às mulheres, aos negros, LGBTs no último período.

Por isso, tantos anos sem justiça a Marielle demonstram de que lado estão não somente as polícias desse Estado capitalista, que alimentam também as milícias, mas a cúpula dos militares e do Judiciário. Mais ainda, neste momento, o governo Lula-Alckmin conta com uma ministra do Turismo com relações com milícias. Não vai ser confiando nas instituições e no novo governo que vamos arrancar justiça por Marielle.

Somente a luta independente da classe trabalhadora, junto às mulheres, aos negros e LGBTs, exigindo das centrais sindicais que rompam sua paralisia subserviente ao regime, pode impor justiça a Marielle Franco e também uma resposta operária à crise, que parta da revogação integral de todas as reformas e privatizações do último período. Nessa luta, é preciso impor uma investigação independente que arranque do Estado todas as informações, provas e depoimentos colhidos até aqui e que passe o comando das investigações aos sindicatos, movimentos sociais, organismos de direitos humanos, junto aos familiares de Marielle. Só assim, poderemos responder "quem mandou matar Marielle?" e chegar às motivações.

 
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