Érica Galvão, diretora do SindSaúde, disse em entrevista ao jornal Tribuna do Norte, que ninguém ficou gravemente ferido, mas que informações levar a crer que haviam gestantes em trabalho de parto no momento em que ocorreu o incêndio, e agora o prédio carrega um cheiro terrível de fumaça, prejudicial à saúde dos usuários e funcionários. A moradora de um condomínio vizinho ao hospital registrou o fogo que saía da base do ar-condicionado do hospital.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal afirma que as chamas começaram por volta das 6h20, em sala de pré e pós parto desocupado de enfermaria do hospital.
A SMS também diz que o problema pode ter começado em um aparelho de ar condicionado, mas alegou que estes passam por manutenções mensais, e que ainda não se sabe exatamente quais foram as causas do incêndio. O incêndio afetou um leito, segundo a SMS, e não chegou a afetar outras áreas do hospital nem o sistema elétrico da unidade.
Esse acontecimento não é por acaso e não é a primeira vez. Em 2022, ocorreu um princípio de incêndio no Hospital Municipal Dr. Newton Azevedo. Esses acontecimentos lamentáveis são responsabilidade do prefeito Álvaro Dias, que precariza a saúde da classe trabalhadora natalense. Dias, além de ser negacionista, precariza as condições de trabalho dos servidores, cortou seus direitos em 2021, como a gratificação covid, e mantém uma situação de falta de trabalhadores da saúde. O prefeito, durante toda a sua gestão, se negou a atender as reivindicações dos trabalhadores da saúde, ao mesmo tempo que sua política negacionista durante a pandemia produziu longas filas de leitos, enquanto muda as decisões conforme os interesses dos grandes empresários da capital potiguar.
O sistema de saúde natalense encontrou a pandemia com prédios danificados, como já haviam denunciado os trabalhadores da saúde em sua greve em dezembro de 2019. O legado de Álvaro Dias está manchado pelas mortes desses trabalhadores, que chegaram a representar mais de 35% das mortes pela COVID 19 no estado.
Para que haja de fato uma saúde de qualidade em Natal, no Rio Grande do Norte e em todo o Brasil, é necessário batalhar por unificar efetivos e terceirizados da saúde para lutar pela reforma nos hospitais e maternidades de Natal e do RN, que passam por problemas estruturais em vários âmbitos, como buracos, mofo, e a rede elétrica antiga. Contra precarização do trabalho, que afeta também o atendimento à população defender a contratação imediata para suprir a demanda de atendimento devido o aumento da contaminação entre os funcionários e a efetivação de todos terceirizados sem concurso público, pois além de terem sido linha de frente no combate a pandemia, são essenciais para o funcionamento do sistema de saúde. E mais uma vez enfrentam uma situação de fome, como no hospital João Machado, onde os trabalhadores da empresa Justis estão há simplesmente 4 meses sem receber salário, tanto por responsabilidade da empresa que deixa os funcionários passando fome, mas não deixa de lucrar, quanto do governo de Fátima Bezerra (PT) que não faz o repasse do salário dessas trabalhadoras.
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Mas também é necessário também lutar por um SUS 100% estatal sob gestão dos trabalhadores da saúde, que é a única forma de garantir que as necessidades da população sejam atendidas, contra a precarização a serviço da privatização promovida por governos como de Álvaro Dias, e também pelos governos do PT. E junto a isso, defender o fim do teto de gastos e o não pagamento da dívida pública, que são medidas reacionárias que servem para usar o dinheiro da classe trabalhadora para pagar os banqueiros donos da dívida pública, uma dívida que não foi contraída por nenhum trabalhador brasileiro, e que o governo Lula-Alckmin já demonstrou que vai seguir pagando fielmente, sendo que esse dinheiro poderia ser utilizado para garantir saúde de qualidade e outras necessidades.
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