A população enfrenta esses abusivos aumentos de preço enquanto deveriam estar se implementando um forte plano de emergência para atender todas as necessidades dos afetados pelas chuvas. A responsabilidade é dos governos que há anos promovem essa situação, no qual o reacionário Tarcisio de Freitas agora está à frente, bem como do Estado de conjunto, que permite que essa barbárie siga.
Como medida emergencial, toda a população afetada pelos deslizamentos deveria ter acesso a itens básicos e alimentação de forma gratuita e fornecida pelo Estado. Isso seria o mínimo. E também como medida emergencial, diante dessa situação de catástrofe deveria haver congelamento dos preços nos supermercados para garantir que a população da região de conjunto não seja afetada pela situação. É um absurdo que grandes tubarões do atacado e do varejo lucram com a desgraça alheia - os grandes acionistas desses supermercados que estão lucrando com a tragédia deveriam ter seus bens confiscados e colocados a disposição das medidas de enfrentamento aos deslizamentos e de apoio aos afetados.
Todos os anos os litorais do sudeste brasileiro são castigados pelas chuvas. Todos os anos vemos famílias perdendo suas casas, dezenas de vidas sendo ceifadas pelo soterramento e pelo descaso. Naturaliza-se o inaceitável culpando o volume das chuvas, quando na realidade a classe trabalhadora, a juventude, os setores oprimidos e o povo pobre sofrem o descaso e o sucateamento urbano dos governos capitalistas. É preciso dar um basta nesse ciclo de irracionalidade que afeta principalmente a população mais pobre. Esse é mais um triste capítulo da barbárie capitalista que assola nossas cidades litorâneas há décadas.
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É urgente um Plano de Emergência para conter e socorrer essa população que está sujeita a absurdas medidas do “mercado” como a venda de garrafas de água a quase cem reais nos locais mais atingidos pela chuva. É necessário um plano de emergência que inverta as prioridades, exigindo que os governos liberem todos os subsídios para a contenção da crise. Um plano de emergência sério deve abarcar a transferência das famílias desabrigadas, desalojadas ou em área de risco para locais seguros como hotéis e moradias desocupadas, assim como a abertura de restaurantes públicos para garantir a alimentação da população. Só a expropriação das moradias desocupadas pode garantir abrigo para que a população pobre profundamente afetadas pelas enchentes, perdendo tudo, possam ser abrigadas. Assim como esse plano de emergência contém a dimensão do socorro, com a formação de brigadas que mobilizem recursos para gerar abrigo e alimento às famílias.
É necessário que a gestão deste plano seja de trabalhadores e de controle popular, junto aos trabalhadores da construção civil e saneamento, aos sindicatos, entidades estudantis e movimentos sociais. A única estratégia capaz de arrancar uma saída efetiva para essa contínua crise é a unificação dos trabalhadores e setores oprimidos, com os estudantes e o povo pobre, para que assim nossa a classe tome em suas mãos a gestão dessa saída junto à população. Cabe aos sindicatos, bem como as centrais sindicais e estudantis, como CUT, CTB e UNE (dirigidas por PT e PCdoB), que saiam de sua paralisia e organizem essa luta desde as bases para arrancar medidas emergenciais do reacionário bolsonarista Tarcísio de Freitas.
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