A face mais nua e crua do que o sistema capitalista pode mostrar: os trabalhadores são obrigados e forçados a trabalharem em situações análogas à época da servidão. Esses casos de escravidão, lamentavelmente, são algo "comum" e "recorrente" no Brasil da reforma trabalista e em toda a história já que sempre foi governada por uma elite herdeira direta das oligarquias escravocrata, é exemplo disso os dados que mostram que “84% dos trabalhadores resgatados de trabalho análogo à escravidão em 2022 são negros”.
Os trabalhadores eram mantidos em um cativeiro no bairro Borgo em Bento Gonçalves com sérios problemas de segurança na parte elétrica, superlotação e condições insalubres de higiene. Segundo os relatos, caso quisessem deixar o local deveriam pagar uma multa por quebra do contrato de trabalho. O caso veio à tona quando três trabalhadores fugiram do alojamento no qual eram mantidos contra a sua vontade e procuraram policiais em Caxias do Sul. Esse local seria do responsável pelo aliciamento dos trabalhadores na Bahia que foi preso na operação de resgate da Polícia Federal e rapidamente pagou uma fiança no valor de R $39.060 e já se encontra em liberdade.
Nesse momento os trabalhadores se encontram em um alojamento improvisado no ginásio de esportes da prefeitura de Bento Gonçalves esperando o pagamento dos valores devidos para que possam voltar para suas cidades de origem.
Formalmente os trabalhadores explorados eram ligados à empresa terceirizada Oliveira & Santana, porém sua mão de obra era responsável pela colheita da uva e chegavam a atuar dentro das três vinícolas (Aurora, Garibaldi e Salton) no descarregamento de uva depois das colheitas. Há relatos que responsáveis de uma das vinícolas já sabiam das condições de tratamento desses trabalhadores e chegaram a discutir internamente a rescisão do contrato, mas optaram por continuar com a terceirizada; porém em nota oficial as vinícolas chegam ao absurdo de afirmar que não conheciam as “irregularidades” mesmo estas tendo acontecido dentro de suas vinícolas.
É absurdo e revoltante nos depararmos com esse tipo de situação de exploração e humilhação de trabalhadores, que entretanto é comum no Brasil afora. Como se já não bastasse todos os ataques contra os trabalhadores, como a Reforma Trabalhista e a terceirização irrestrita que precarizam os postos de trabalho a níveis de semi-escravidão. . Escravidão e sofrimento dos trabalhadores é o plano desta patronal do campo e da cidade, por isso é necessária expropriação dos bens desses nefastos empresários, colocando sob controle desses trabalhadores.
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