Neste último sábado estreou a segunda temporada do programa Esquerda em Debate, e o entrevistado foi Jorge Luiz Souto Maior, professor da faculdade de direito da USP. O programa, impulsionado pelo Esquerda Diário e pelo suplemento Ideias de Esquerda, com Diana Assunção, promove debates entre intelectuais e militantes de esquerda acerca dos principais temas da atualidade, visando também contribuir na discussão sobre como superar os limites da conciliação de classes petista no combate às mazela sociais do capitalismo. O programa agora também contará com um novo quadro de entrevistas, o diálogos da luta negra, com Marcello Pablito.
O debate se iniciou com a divulgação do manifesto contra a terceirização e a precarização, contando com mais de 1000 assinaturas de intelectuais, ativistas e entidades estudantis e de trabalhadores, iniciativa impulsionada pelo professor Souto Maior e também pelo MRT e Esquerda Diário. O debate seguiu com intervenções do professor e de Diana Assunção acerca do tema da terceirização enquanto uma anomalia jurídica, a relação entre o avanço do neoliberalismo no brasil e o aprofundamento da terceirização do trabalho, nos governos FHC mas também durante os primeiros governos do PT, contando com a conivência das centrais sindicais. Foram abordados ainda temas como a terceirização dentro da USP, como esta funciona enquanto mecanismo de divisão e fragmentação da classe trabalhadora.
Outra questão bastante importante que foi levantada é sobre a relação entre a terceirização e o trabalho análogo a escravidão, tendo como ponto de inflexão a aprovação da reforma trabalhista e como neste sentido é fundamental apresentar um projeto alternativo ao do novo governo Lula-Alckmin, que já afirmou não revogar as reformas, batalhando pela revogação integral da reforma trabalhista, da reforma da previdência, pelo fim da terceirização e pela efetivação de todos os trabalhadores terceirizados sem necessidade de concurso público.
