Cerca de 50 trabalhadores caminharam por aproximadamente dois quilômetros com faixas cobrando o pagamento de salários atrasados e reivindicando a estatização da fábrica. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, os trabalhadores estão há nove meses sem receber e a Avibras tinha se comprometido a pagar dois meses de salários e um abono de R$ 1 mil entre os dias 30 de novembro e 5 de dezembro, desde que um grupo de 200 trabalhadores produzisse 1.200 foguetes comprados pelo governo da Malásia. O pagamento não foi cumprido pela empresa, segundo o sindicato.

Em março do ano passado, a Avibras entrou com pedido de recuperação judicial e anunciou a demissão de 420 trabalhadores, que foi cancelada um mês depois. Em setembro do mesmo ano, os trabalhadores paralisaram as atividades por causa de salários atrasados.

A Avibras que atua na indústria Aeroespacial mais de 50 anos no Brasil, obtêm lucros exorbitantes, fruto da exploração dos trabalhadores. Sendo privada, a Avibras mostra de forma descarada a verdadeira face dos exploradores capitalistas que em sede de lucrar cada vez mais, libera promessas aos trabalhadores desde que os mesmos façam o dobro ou o triplo do que já fazem sem remuneração adequada

Por meio de nota, a Avibras informou que o pagamento das duas folhas salariais e do abono está garantido e será feito em breve, alegando também que está empenhada com o compromisso da recuperação econômico-financeira, com os trabalhadores, parceiros e clientes.

Rechaçamos o discurso mentiroso da Avibras, esta que nem de longe tem intenções reais em relação a qualidade de vida dos trabalhadores, pelo contrário, é mais uma instituição privada que se aproveita da carestia presente no dia a dia de muitos trabalhadores e lança propostas de fazer com que o processo produtivo seja duplicado, oferecendo aos trabalhadores um cenário de exaustão e propício a acidentes de trabalho que muitas vezes não são notificados para que a produção siga com força total e a garantia de parcerias estrangeiras milionárias.

Nós do Esqueda Diário apoiamos os trabalhadores da Avibras que em meio a suas reivindicações por salário expressaram a necessidade de estatização da avibras. Precisamos unificar nossas forças contra os ataques impostos pelos empresários, governantes e toda essa corja que intenta diariamente retirar nossa vitalidade enquanto seus cofres e rendimentos aumentam. É preciso um plano de luta desde a base, onde os Sindicatos e Centrais Sindicais rompam com a paralisia que ainda existe e movimente em diversos locais de trabalho o contra-ataque da nossa classe aos capitalistas, pela estatização e controle operário e que os trabalhadores decidam quais caminhos seguir nos processos produtivos.