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Polícia assassina
Polícia de Tarcísio mata 40% a mais enquanto Lula aprofunda aliança com governador de SP
Redação

No dia 26 de janeiro, a SSP divulgou dados que expressam como o ano de 2023 foi brutalmente marcado pelo aumento da violência das polícias do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos)

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Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante coletiva sobre operações na Baixada Santista e Centro de SP no ano passado — TV Globo

Segundo esses dados, as Polícias Militar e Civil de SP mataram 504 pessoas em 2023, um aumento de 19,7% em relação às 421 mortes registradas em 2023. Se contarmos apenas assassinatos cometidos por policiais em ação, excluindo os que os cometem em “folga”, os números saltaram 39,6%, de 275 para 384.

Essa é a polícia no mundo, como vemos com o Estado policial de Milei na Argentina, em todo o Brasil, e que, em São Paulo, deve-se também aos sanguinários orçamento e fortalecimento promovidos por Tarcisio. Exemplo disso é o segundo ato contra o absurdo aumento da tarifa do Metrô, CPTM, EMTU e contra as privatizações em São Paulo, que aconteceu no dia 10 de janeiro, que contou com a Tropa de Choque, a Força Tática e o Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) da PM e perseguição e criminalização, em que 25 jovens foram presos.

Tarcísio vem empreendendo uma ofensiva repressiva, que tem como exemplo o assassinato de 28 pessoas na Baixada Santista no ano passado, todos os assassinatos de jovens, e também contra todos os lutadores, porque isso é parte do seu plano de fazer calar todos os os exemplos de luta e qualquer reação crítica a seu plano de ataques privatistas profundos que vemos em SP, tendo como um de seus principais alvos a população negra. É isso que está estampado nas recentes demissões dos trabalhadores metroviários por exercerem seu direito de greve, nas advertências aplicadas pelo Metrô de SP para centenas de metroviários após a greve do dia 28/11/2023, na punição aos trabalhadores metroviários que tiraram uma foto em solidariedade ao povo palestino e nas prisões e acusações contra os manifestantes que protestavam contra a privatização da SABESP no dia da votação desse imenso ataque na ALESP.

Para relembrar o respaldo federal que tem essa ofensiva, a partir de um relatório da entidade internacional Human Rights Watch (HRW), que compara o primeiro semestre de 2023 com o primeiro semestre de 2022, o diretor César Muñoz afirma que o governo Lula-Alckmin “não enfrentou a violência policial”, para a mídia Ponte. Em outro relatório, a HRW ainda identificou uma série de “falhas” na investigação da chacina da Baixada Santista, garantindo a impunidade da PM de Tarcísio. Exemplo também de fruto da política de conciliação de classes da frente ampla é caso da Bahia, governada por Jerônimo Rodrigues (PT), que, do ano passado pra cá, tem se acelerado o cenário de violência policial, fortalecidos já anteriormente por Rui Costa (PT) e ACM Neto.

É preciso dizer também que o espaço aberto a essa extrema direita de Tarcísio foi garantido pelos anos anteriores de Lula e Dilma. Segundo o próprio Lula em 2016, o PT "foi o partido que mais investiu na Polícia Federal, que mais investiu na inteligência da PF" - lembrando que foi esse setor da corporação que assassinou Genivaldo no Sergipe com uma câmara de gás improvisada na viatura. Junto a essas estão outras medidas de fortalecimento da repressão, mais abertamente voltadas contra os trabalhadores, a população negra, a juventude e o povo pobre, como as UPPs no Rio de Janeiro, a lei antiterrorismo que permite prisões arbitrárias e sem provas e as tropas no Haiti.

Mas esse respaldo federal reside também na inclusão de Tarcísio como aliado de Lula, além de seu governo vir mantendo de pé todo plano econômico e repressivo de Bolsonaro com o financiamento e legitimação das polícias, a não revogação das reformas, além do brutal ataque do Arcabouço Fiscal, o novo teto de gastos que limita o investimento em saúde e educação. Durante recente evento no Porto de Santos, Lula saudou a “parceria” com o governador de São Paulo, avalizando seu plano de ataques e privatizações, mostrando mais uma vez que a conciliação fortalece a extrema direita ao dizer que Tarcísio “terá tudo o que for necessário”, em referência à construção do túnel Santos-Guarujá junto a empresas privadas.

Veja também: A colaboração de Lula fortalece Tarcísio em seu plano de ataques e privatizações

As expressões de luta contra Tarcísio, assim como a força que pode se desenvolver na Argentina contra a repressão de Milei, devem ser ponto de apoio para fortalecer uma perspectiva de ação que realmente combata a extrema direita, faça justiça contra os assassinatos pelas mãos e balas da polícia e acabe com todo o qualquer tipo de violência policial. Fortalecer a luta de metroviários, sabespianos, ferroviários de São Paulo, assim como nos inspirar nos aeroviários argentinos que paralisaram suas atividades. E tomar como exemplo a atuação dos parlamentares argentinos da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores - Unidade, que são porta-vozes das ruas dentro do Congresso e se retiram dele, para estar ombro a ombro da resistência contra a repressão policial e das forças armadas federais. Tudo isso na perspectiva de confiar apenas nas nossas forças, porque não serão as instituições burguesas e as alternativas eleitorais que se demonstram até agora sem independência de classe que poderão apontar um caminho que defenda o fim das operações policiais, dos tribunais militares e dessa polícia assassina.

Confira: Por uma alternativa de independência de classe nas eleições de São Paulo

Para isso, é preciso exigir que as direções do movimento operário, do movimento estudantil e dos movimentos sociais, rompam com a inércia que deixa passar os ataques, as perseguições, as repressões e os assassinatos sem justiça. É urgente que a CUT, a CTB e a União Nacional dos Estudantes (UNE), dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, saiam dessa inércia e convoquem assembleias em cada local de estudo e trabalho para conformar um plano de lutas contra os ataques.

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