Conforme denunciamos em outra matéria no Esquerda Diário, pichações racistas, acompanhadas do símbolo da Ku Klux Klan (KKK), foram encontradas nas paredes dos banheiros do IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) da Unicamp. Como resposta, estudantes do instituto, juntamente com o Núcleo de Consciência Negra da Unicamp, organizaram uma campanha visual, cobrindo as paredes da unidade com imagens referentes à luta dos negros.
Porém, novamente apareceram insultos racistas pichados no IFCH. Dessa vez, a frase escrita pelos racistas foi: "aki não é senzala, tirem os pretos da unicamp já". Indignados, estudantes têm pensado em formas de lutar contra a discriminação. O Núcleo de Consciência Negra cobrou da reitoria da universidade a criação de uma comissão permanente para debater e combater o racismo na Unicamp. A chapa "Sobre Jandiras e Simones", chapa minoritária na gestão do CACH (Centro Acadêmico de Ciências Humanas), realizará nessa quarta-feira (6), com apoio do Núcleo de Consciência Negra, o Dia de Combate ao Racismo no IFCH. Este evento contará com atividades culturais que resgatam a história e cultura dos negros, e uma mesa que debaterá as pichações e a resistência ao racismo.
Não é novidade o racismo na história brasileira. O capitalismo se implantou no país baseado na escravidão. A região de Campinas, onde se localiza a Unicamp, teve no passado seu crescimento econômico baseado na monocultura do café, que empregava mão-de-obra escrava. Grande parte das atuais famílias burguesas da região são descendentes dos cafeicultores latifundiários e escravagistas. A ideologia racista, pilar do capitalismo, ainda vive com força no seio dessa elite e nos que seguem seu discurso reacionário. Mas os estudantes do IFCH responderam e continuarão respondendo aos racistas: NÃO PASSARÃO!