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Carris privatizada | Sem passe livre, Carris ignora rodoviários afetados na enchente e lucra com dinheiro público

Empresários da Viamão aproveitam para tirar cada centavo que podem do povo e do orçamento público, entregue de bom grado pelo prefeito Melo

segunda-feira 13 de maio | Edição do dia

Em meio à catástrofe ambiental que assola o RS, os empresários da Viamão, que compraram a Carris por pouco mais de nada, lucram de todos os lados. Enquanto Melo nega o passe livre à população que precisa sair de áreas de risco e que está trabalhando incansavelmente como voluntária nos abrigos, despejará dinheiro público nos bolsos dos empresários com a contagem de quilometragem dos ônibus cedidos às ações da Defesa Civil. Isso mostra novamente como a privatização coloca os lucros acima das vidas.

Desde o início das enchentes de proporções históricas no Rio Grande do Sul, se abriu uma situação de calamidade pública avassaladora, com centenas de pessoas mortas, milhares que esperaram, por dias, resgate de suas próprias casas nas piores condições e que se encontram, agora, em situação de completo desespero, tendo perdido tudo em suas casas, vivendo de favor em casas de terceiros ou em abrigos coletivos montados as pressas pela população ou comunidades que se engajaram em solidariedade, unindo forças para salvar populações inteiras que tiveram seus domicílios engolidos pelas águas.

Com a privatização de setores públicos estratégicos, levado a cabo por Melo e o governador Eduardo Leite (PSDB), principais aliados do empresariado, que dia após dia rifam todos os serviços públicos com suas privatizações, a Carris, principal empresa de transporte público de Porto Alegre que foi vendida para a empresa Viamão, poderia ser um importantíssimo ponto de apoio aos trabalhadores atingidos pelas enchentes. Os rodoviários remanescentes, que sobreviveram à diversas demissões em massa mas que vivem com ameaças constantes de serem demitidos, trabalhando em condições ultra precárias com sobrecarga de trabalho e falta de manutenção nos veículos, gerando risco de vida a todos, agora precisam, ainda, atravessar à uma crise de magnitude ímpar, sem qualquer auxílio da empresa.

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Sendo cobrados a trabalhar em meio ao caos, não se pode dizer nem que o trabalho realizado seja pura e simplesmente em prol do povo, já que o pouco apoio prestado aos pontos de triagem e resgate se dá mediante a um absurdo controle de quilometragem dos ônibus que foram cedidos à Defesa Civil, que será cobrado, posteriormente, do orçamento público da prefeitura. Este dinheiro, que deveria ser aplicado para manutenção e ajuda das pessoas atingidas, vai diretamente para o bolso dos capitalistas sócios da empresa que tomaram a Carris. É a burguesia drenando o dinheiro público para suas contas e aproveitando a calamidade para enriquecer.

É absurdo que o povo tenha que pagar por um serviço que, no momento mais crítico da cidade, deveria estar oferecendo, inclusive, passe livre para viabilizar o transporte de recursos e ajuda. A Carris poderia, hoje, estar cumprindo papel fundamental como uma empresa pública a serviço da população atingida, além de realizar transporte de itens para abrigos e pontos de ajuda, bem como equipamentos e o que fosse necessário para ajudar a população de porto alegre.

Hoje, os sócios da Viamão, para além de lucrar com a necessidade de transporte via tarifas, ainda está tomando recursos dobrados com os subsídios que Melo lhe entrega nas mãos, enquanto parte da população passa fome e vive de doações, sem moradia e em condições precárias.

Em lugar de um serviço que poderia estar girando exclusivamente para as necessidades de todos, tal qual devia ser um serviço público, a Carris passa a ser a "galinha dos ovos de ouro" do empresariado amigo de Melo, que aprofundaram a situação de precarização da empresa, com a completa falta de manutenção de carros, até mesmo com casos de incêndio durante trajeto, constantes quebras e falhas mecânicas, tornando comum o risco constante de acidentes e os atrasos. E tudo isso antes mesmo das enchentes.

A privatização da Carris foi um ataque do prefeito Melo, que atropelou desde os trabalhadores rodoviários até o povo de porto alegre, decidindo arbitrariamente entregar um dos maiores bens públicos de bandeja aos seus aliados, como faz com diversos setores de porto alegre.

A privatização dá provas e mais provas de ser apenas uma via de entrega dos bens públicos e dos recursos dos trabalhadores diretamente para os empresários. Outro exemplo dos absurdos das privatizações é a Equatorial, empresa que comprou a CEEE (companhia estadual de energia elétrica), e apresenta uma gestão péssima, gerando problemas massivos ao povo desde os últimos eventos climáticos que acometeram o estado em setembro de 2023, que foi, ainda, em proporções muito menores do que esse ano, com problemas na rede e no fornecimento de energia que nem bem tinham se recuperado até esta data. Empresa que também realizou cortes massivos de funcionários, sucateou ainda mais o serviço em nome dos lucros da gestão, que agora é privada. Resultado? Constantes quedas de luz que se seguiram ininterruptamente em diversas regiões do estado. Em meio ao alagamento da cidade de porto alegre, agora, para não mexer em seus lucros, mesmo com seu péssimo serviço, chegou ao cúmulo de pedir serviço voluntário para movimentar seu data center.

Mais do que nunca, catástrofe após catástrofe, fica nítido que as privatizações precisam e devem ser revertidas, sob controle dos trabalhadores e usuários, para que possamos garantir a qualidade, mitigar tragédias como a que vivemos hoje e colocar a Carris e demais serviços estratégicos para servir, de fato, o povo, pois as necessidades básicas nas mãos dos capitalistas só resulta em descaso e precarização por parte desta classe que apenas vive de espoliar os trabalhadores.




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