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#ALCKMIN NÃO FECHARÁ NOSSAS ESCOLAS | Alckmin apela a youtubers para defender reorganização escolar

Depois de enfrentar com truculência os protestos e as mais de 200 ocupações de escolas contra sua proposta de reorganização escolar, levando inclusive à demissão do então Secretário da Educação de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin pretende relançar a proposta, só que na boca de jovens descolados através de vídeos fabricados para o youtube.

sexta-feira 5 de fevereiro de 2016 | 00:00

De acordo com o novo secretário da Educação, José Renato Nalini, a pasta busca forma de se aproximar e dialogar com os estudantes. "Nós vamos estabelecer um diálogo, estamos contratando jovens youtubers para que nos ajudem também a transmitir a ideia [da reorganização] e para chamar a juventude a participar do debate", disse Nalini, nesta quinta-feira, 4, durante a divulgação dos resultados de desempenho da educação paulista.

A proposta da reorganização, anunciada no ano passado, previa o fechamento de 93 prédios e a transformação de 754 escolas em unidades de ciclo único. Os estudantes foram contrários à medida e ocuparam mais de 200 escolas em todo o Estado. Com as manifestações crescentes, Alckmin suspendeu o projeto para que fosse discutido em 2016.

Além da suspensão da medida, o então secretário, Herman Voorwald, teve que pedir demissão. Frente a inquestionável força da mobilização estudantil, Nalini assumiu a pasta no último dia 28, com tentativa de reverter a crise, pregando uma suposta "transparência e diálogo" com os estudantes. Praticamente reconhecendo a impotência do governo em dialogar com as demandas da juventude, e sem esconder a ansiedade em buscar uma forma de desviar o processo, o secretário afirma: "O diálogo com os estudantes já começou e vai ser intensificado. Nós vamos recorrer principalmente àqueles que falam a linguagem dos jovens, vamos aproveitar essa mobilização [dos estudantes contra a reorganização]”.
Chega inclusive a propor eleições de grêmios, na esperança de cooptar as jovens lideranças forjadas nas ocupações. "Estabelecendo assim que o grêmio estudantil não deve ser só fundado, mas ser um organismo que realmente participa da gestão democrática. Vamos chamar também os conselhos de educação e as associações de pais e mestres para participar.”

O secretário defendeu a reorganização e disse que a proposta parece uma "ideia sensata", subestimando o bom senso das pessoas. Como pode ser sensato fechar escolas, superlotando ainda mais as salas de aulas já inviáveis, enquanto se mantém professores com condições de trabalho e de salário mais e mais precárias? Como um governo acusado de fraudes e corrupção na própria merenda escolar pode defender um projeto rechaçado por toda a comunidade e querer alegar “sensatez”?

Com informações da Agência Estado
Foto: Alckmin e Nalini, do portal do governo de São Paulo




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