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LGBT | Centenas se mobilizam em SP por Justiça para Carol Campelo e contra o lesbocidio

Nessa segunda-feira (18), centenas de pessoas, na sua grande maioria lésbicas, gays, bissexuais e pesssoas trans atenderam ao chamado de organizações lésbicas de SP para uma manifestação no vão do MASP para denunciar o lesbocidio e exigir justiça para Carol Campelo, uma mulher negra lesbica assassinada brutalmente com requintes de crueldade no Maranhão no último dia 10, tendo a pele do rosto, os olhos e o couro cabeludo arrancados. A manifestação tomou a Av Paulista e percorreu a Augusta até chegar na Praça Roosevelt, onde houve manifestações artísticas e um memorial em homenagem a Carol

terça-feira 19 de dezembro de 2023 | Edição do dia

Nessa segunda-feira (18), ocorreu o ato por Justiça para Carol em SP, nesta terça-feira (19) ocorre no Rio de Janeiro, na quarta-feira (20) em Florianópolis e em Natal hoje acontece reunião de organização, se alastrando por todo o país o mesmo grito por justiça por mais uma vítima da LGBTfobia com marcas do ódio alentado pela extrema direita nos requintes de crueldade com que sua vida foi arrancada. Como lembrado pelas palavras de ordem, infelizmente, não é o primeiro caso de lesbocidio, e o nome de Luana Barbosa foi também transformado em bandeira por justiça, assim como se foi exigido o reconhecimento e a tipificação do lesbocidio.

A manifestação chamada para as 18 horas no MASP, reuniu cerca de 300 pessoas que com fotos da Carol e cartazes que exigiam justiça, que diziam “Poderia ser eu” e “O Estado é responsável” chamaram a atenção de quem passou pela região. Depois foi realizada uma assembleia onde se decidiu tomar as ruas e falas de diversas ativistas lésbicas e organizações de esquerda. Com gritos de “Nenhuma a menos”, “Mulheres lesbicas não param de lutar, Carol vive, Carol vivera”, “Por Luana, Carol, Marielle… Quero justiça para todas as mulheres”, “Sem justiça, sem paz” a manifestação ganhou a simpatia e foi sendo acompanhada, fotografada e aplaudida.

Ao chegar na Praça Roosevelt, houve uma poesia declamada e houve falas de despedida por Carol e foi organizado um memorial com rosas vermelhas ao lado dos cartazes e das fotos de Carol por volta das 21 horas.

O Esquerda Diário esteve presente junto ao grupo internacional de mulheres feministas e socialistas Pão e Rosas e a juventude Faísca Revolucionária demonstrando nossa total solidariedade e colocando nossas energias para fortalecer a luta por justiça. Daiane, trabalhadora da educação, nos contou “Vim pra manifestação com um nó na garganta que sinto desde que recebi a notícia sobre a Carol. É como se tivesse acontecido comigo, poderia ser com qualquer uma de nós. Estar aqui é mais que necessário, é imprescindível. Porque somente a nossa mobilização é o que pode garantir justiça pra Carol, porque sabemos que a seu trágico e chocante assassinato é o último elo de uma longa cadeia de violencias que tem como fim o lesbocidio, mas que foi naturalizado por todas essas instituições ditas democráticas e que assim como a polícia sequer garantiu uma perícia oficial antes do seu enterro. Como vamos confiar nessa polícia ou nessa justiça que sempre atua contra a nossa existência? Precisamos aumentar e unificar a nossa mobilização independente, inclusive exigindo do Estado que garanta todos os recursos a disposição das organizações lésbicas, das organizações dos Direitos Humanos, sindicatos, parlamentares de esquerda para que possam levar a frente uma verdadeira investigação por justiça para Carol”.

Virginia Guitzel, estudante de relações internacionais e participante do Transgender Marxism, complementou “Sem dúvidas ter um ato expressivo numa segunda feira é um alento para uma notícia tão aterrorizante como esse brutal lesbocidio que demonstra todo o ódio que carregamos em nossos corpos. Mas era fundamental a mais ampla mobilização dos sindicatos e das entidades estudantis como a UNE, pela gravidade do que aconteceu com a Carol, mas também o momento que estamos vivendo, onde nós LGBTs sentimos com as nossas vidas o papel que a conciliação de classes cumpre no fortalecimento dos nossos inimigos da extrema direita, que conseguiram proibir o casamento LGBT, que agora mantém um RG transfóbico que nos desrespeita e desumaniza, e casos como de Carol que escancaram que não se trata de “busca de privilégios ou mimimi”, mas uma luta pelo direito a nossa existência, nossa dignidade, nosso direito de ser feliz. Isso agora que gente como Damares Alves que perseguiu uma criança de 10 anos vítima de estupro são com o Republicanos base do governo de frente ampla Lula-Alckmin, só deixa mais claro que temos inimigos comuns, nós LGBT e a classe trabalhadora. Imaginem se junto a luta contra a privatização dos transportes e da água que paralisou São Paulo duas vezes neste ano, se elas se conectam com a luta das LGBTs que estamos nos postos de trabalhos mais precários, mas também agora nas universidades, que força não teríamos para colocar essa extrema direita na lata do lixo da história?”.

Acompanhe as manifestações por Justica pro Carol aqui no Esquerda Diário, uma mídia comunista feita por trabalhadores para fortalecer a luta dos setores mais oprimidos para construir uma nova sociedade livre de todas as formas de opressão e exploração.




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