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Denúncia | Com perda de carga horária e superendividamento, professora pede socorro em grupo do Facebook

O pedido de ajuda de uma professora da rede estadual do RS revela a situação de milhares de professores, professoras e funcionárias de escola. Com todos os anos de parcelamento de salário e atrasos desde o governo Sartori, muitos se endividaram para poder pagar as contas cotidianas. Isso se reflete mesmo depois que Leite voltou a pagar em dia. Porém a defasagem salarial é enorme, principalmente entre funcionários e aposentados que estão há 9 anos com o salário congelado. A política neoliberal de retirada de direitos e arrocho salarial de Eduardo Leite somada às perdas de carga horária no Novo Ensino Médio, remendado e mantido pelo governo Lula, são responsáveis por esta situação desesperadora e adoecedora na educação.

segunda-feira 1º de abril | Edição do dia

Reproduzimos a seguir o print da mensagem que é um verdadeiro pedido de socorro para poder se alimentar e pagar contas básicas. (Não divulgaremos o pix para não expor a colega, se você se dispõe a ajudar entre em contato com o Esquerda Diário no Facebook ou esquerda_diario no instagram)

Esta foi a mensagem compartilhada pela colega cujo nome vamos preservar para evitar possíveis retaliações ou até demissão, já que trata-se de uma professora contratada. O medo da fome e do desemprego, marcam um problema que não é individual, mas coletivo entre trabalhadoras da educação no RS e trabalhadores em geral, que sofrem com a reforma trabalhista que se aprofunda agora com o PL da Uberização. Na educação, em sua maioria são mulheres e muitas mães solo que botam comida na mesa. Nos comentários desta postagem, muitos educadores relataram também situações semelhantes de aperto para dar a volta nas contas. Reproduzimos abaixo:

O reajuste miserável de 3,62% foi aprovado dia 12 de março e manteve funcionárias e aposentadas(os) sem nada, e o pior, sem a organização da luta por parte da direção do CPERS (composta por membros e correntes do PT, PCdoB e PDT). Nunca nos deram nada de graça, tivemos que ir à luta. No entanto, precisamos confiar apenas nas nossas próprias forças nas ruas e nos organizar desde cada escola. Lutar, lutar e lutar, apostar na nossa unidade nas ruas, mas ser derrotados tantas vezes, perder direitos, ficar endividado com o arrocho salarial, perder carga horária para disciplinas do Novo Ensino Médio, se revoltar com os rumos da própria direção sindical. Quem lembra daquela assembleia traída em 2015 no Pepsi on Stage? Adoecer, deprimir. Tirar a própria vida não pode ser uma saída para nossa categoria. Perdemos um colega há alguns dias para essa doença silenciosa que é a depressão, o Estado é responsável. Temos direito ao luto e à luta, não é possível que tudo continue como está e aos poucos sejamos consumidos pelo adoecimento psíquico. Existem outras saídas! Estas não são individuais, são coletivas. Precisamos nos reorganizar pela base para lutar por nós.

Frente a tantas derrotas, muitos colegas do magistério se afastaram do sindicato e, não vendo mais perspectiva de uma saída coletiva, cada um busca a sua saída individual na tentativa de cuidar de si, um psiquiatra, medicação etc, mas há quem esteja profundamente adoecido, invisibilizado e até passando fome. Quem tem outra alternativa de trabalho acaba se exonerando do estado, quem não tem adoece tentando se adaptar ao regime imposto por Eduardo Leite que investe milhões em propaganda junto com Itaú-Unibanco para levar à frente o programa Jovem de Futuro. Programa extremamente ideológico ligado ao NEM e que prepara um futuro de trabalho precário para a juventude no país da reforma trabalhista e da previdência mantidas pelo governo Lula/Alckmin. Precisamos retomar o caminho da luta e chamar cada colega afastado do sindicato para ocupar esse espaço que é nosso colocando as devidas críticas à atual direção que acabou organizando as derrotas.

Não só esta colega está pedindo ajuda, a educação do país todo pede ajuda e as greves em curso mostram o caminho. Mas está colocado na ordem do dia para nós, educadores do estado do Rio Grande do Sul, superarmos nossa própria direção sindical que segue a lógica de conciliação com a direita do governo federal.
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Outra professora ao ler esta matéria enviou uma mensagem impactante sobre a sua situação. Envie também a sua denúncia para o esquerda diário, no RS você pode entrar em contato pelo número 54991411575.




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