Foram analisadas amostras dos fragmentos de óleo encontrados nesta semana na praia de Guriri, em São Mateus, no norte do Espírito Santo, e indicam que o material é do mesmo tipo de óleo que chegou à costa brasileira em 2019, enquanto o governo Bolsonaro vinha conscientemente negligenciando o problema.
quarta-feira 1º de julho de 2020 | Edição do dia
Foto: Divulgação/Marinha
Nessa mesma semana também reapareceram manchas em outros estados, encontrados fragmentos de óleo na praia de Tabatinga, no Rio Grande do Norte, nas praias Lagoa do Pau, da Bica e de Peroba, em Alagoas, e na praia Jardim de Alah, na Bahia.
O desastre ambiental que no ano passado chegou a afetar por óleo 695 localidades no Nordeste e ES, enquanto se aprofundava e se espalhava, o governo seguia com descaso e numa escandalosa omissão, assim como no caso dos incêndios da Amazônia com Bolsonaro e Salles tendo como política para o meio ambiente a devastação e degradação dos nossos recursos naturais enquanto quem paga pelos danos é a população. Um crime ambiental sem precedentes, decorrente da cobiça dos capitalistas pelas nossas florestas, nossos rios, mares, arrancando o ferro, o petróleo e deixando rastro de destruição ambiental e de vidas humanas.
No ano passado, movimentou-se imensamente o debate da questão ambiental, sendo particularmente intenso em um setor de massas que começou a ver como a luta contra a degradação ambiental é uma luta vinculada ao anticapitalismo, superando os limites de campanhas centradas nas corretas, e mesmo necessárias, mas completamente insuficientes medidas de alteração no consumo individual.
Com o retorno das manchas de óleo no ES e em outros estados e com o número absurdo de queimadas nos dois primeiros meses de 2020, enquanto Salles afirma que a pandemia do coronavírus é uma “oportunidade” para o governo passar as medidas que permitem ampliar a destruição da Amazônia, mais do que nunca precisamos defender um projeto verdadeiramente ecológico que enfrente a crise ambiental a qual nos conduz o capitalismo e que só pode existir se for comunista e se a classe trabalhadora, aliada ao conjunto dos setores populares, impõe, mediante a luta revolucionária, contrária à resistência dos capitalistas. Se o capitalismo destrói o planeta, destruamos o capitalismo.