×

Solidariedade | Intelectuais da Unicamp impulsionam junto à comunidade acadêmica manifesto em defesa da Palestina

Intelectualidade da Unicamp impulsiona junto a comunidade acadêmica manifesto pelo cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e pelo fim do genocídio do povo palestino.

segunda-feira 13 de novembro de 2023 | Edição do dia

A humanidade assiste estarrecida a um dos maiores massacres étnicos feito por Israel com apoio das grandes potências imperialistas como os Estados Unidos. Frente ao genocídio que ocorre na Palestina, o MRT (que compõe a Fração Trotskista no Brasil) e o Esquerda Diário encampam por todos os lugares ações de solidariedade pelo fim do massacre do Estado de Israel. Desde os sindicatos e locais de trabalho, universidades e escolas, chamamos a nos mobilizar para colocar de pé uma grande campanha internacional de solidariedade a causa palestina, defendendo o direito à autodeterminação nacional do povo palestino lutando por uma Palestina operária e socialista, onde possam conviver árabes e judeus harmonicamente, o que passa necessariamente pelo desmonte do Estado sionista de Israel.

Por isso é necessário que o governo Lula-Alckmin rompa imediatamente as relações diplomáticas, econômicas e militares com Israel, e nas universidades isso passa pelo fim de todos os acordos de cooperação com esse estado e suas instituições. Na UNICAMP, a reitoria persegue estudantes que rechaçaram a Feira das Universidades Israelenses, bem como mantém os acordos com o Estado sionista e suas empresas genocidas, o Esquerda Diário e a Juventude Faísca defendem a ruptura de todos acordos sem nenhuma confiança nos governos e na reitoria e no Conselho Universitário anti-democráticos

Publicamos abaixo o manifesto impulsionado por intelectuais e pela comunidade acadêmica da Unicamp pelo cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e pelo fim do genocídio do povo palestino:

"Pelo cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza! Pelo fim do genocídio do povo palestino!

Nós, membros da comunidade acadêmica da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, vimos a público nos manifestar em defesa da paz e em solidariedade ao povo palestino, neste momento de acirramento de um conflito que perdura há mais de sete décadas.

Logo após a Segunda Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas traçou a divisão da Palestina, então território ocupado pelos britânicos, com a criação de dois estados - um árabe e um judeu - em uma região de maioria árabe, mas para a qual migravam continuamente judeus de toda a Europa. A Resolução 181 da Assembleia Geral da ONU, de 29 de novembro de 1947, que estabelecia a partilha, foi aprovada com 33 votos favoráveis (incluindo os votos do Brasil, URSS, França e EUA), 13 votos contrários (em sua maioria dos países árabes da região, como Egito, Líbano, Síria e Iêmen), e 10 abstenções (incluindo a do então mandatário da região, o Reino Unido). Pela Resolução, o Estado judeu corresponderia a cerca de 55% da região, enquanto o Estado palestino teria os outros 45%. Os árabes, contrários naquela ocasião aos dois estados, defendiam a tese de um Estado único, com a concessão de proteção e salvaguardas à minoria judaica.

Desde então, as hostilidades entre árabes e judeus se agudizaram. Logo depois, em 1948, com a retirada da Grã-Bretanha, é declarada a independência do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948. A guerra que se sucedeu a partir daí terminou com a vitória de Israel e com a expulsão de cerca de 700 mil palestinos de suas casas e vilarejos. As guerras entre Israel e os países árabes se sucederam entre os anos 1950 e 1970, com o aprofundamento da presença de Israel nos territórios palestinos.

Já na década de 1990, acordos bilaterais e multilaterais entre as partes culminaram com os Acordos de Oslo (1993-1995), com a criação da Autoridade Nacional Palestina como órgão interino e autônomo de autogoverno na Cisjordânia e em Gaza, e o reconhecimento mútuo entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina.

Israel desrespeitou os Acordos de Oslo e a comunidade internacional ficou calada. Se, em 1993, havia pouco mais de 110 mil colonos judeus vivendo na Cisjordânia, hoje o número é superior a 700 mil. Essas ações têm o apoio dos governos dos Estados Unidos, com o qual Israel estabeleceu um fortíssimo pacto político, militar, econômico e ideológico, tornando-se um enclave estratégico da maior potência militar do mundo em meio aos países árabes.

Nos últimos anos, com o fracasso dos processos de paz, recrudesceu o regime de apartheid contra o povo palestino praticado por Israel, com o aumento da humilhação, da violência e dos assassinatos praticados diariamente pelas forças de ocupação contra a população de Gaza e da Cisjordânia.

É neste contexto que deve ser compreendida a ação do Hamas em 7 de outubro de 2023, com a condenável matança de civis israelenses. A reação absolutamente desproporcional de Israel - com os bombardeios em zonas residenciais e a mortandade de civis palestinos - é apenas um novo capítulo de uma história de ódios e injustiças, na qual o Estado colonial de Israel subjuga um povo que teve sua terra arrancada de seus pés.

A novidade macabra da guerra que presenciamos é o assassinato indiscriminado de milhares e milhares de vidas humanas que anuncia uma "solução final", ou seja, a eliminação genocida dos palestinos dos territórios pretendidos por Israel. É contra ela que o mundo todo precisa se levantar!

Precisamos nos levantar contra a tragédia humanitária pela qual vem passando o povo palestino em Gaza, com os bombardeios ininterruptos, a privação de água, energia elétrica, hospitais, alimentos, combustível e medicamentos, e a expulsão dos palestinos do que resta de seu território original!

Precisamos nos levantar contra a censura e a violência perpetrada contra os opositores judeus de Benjamin Netanyahu em Israel e no mundo todo, críticos de seus crimes!

Precisamos nos levantar contra a execrável ação dos Estados Unidos, que impede as Nações Unidas de aprovar resoluções do Conselho de Segurança que possam dar fim à guerra!

Por isso, defendemos e instamos a Reitoria da Unicamp e o governo brasileiro que defendam nos fóruns adequados as seguintes posições:

- Cessar fogo imediato na Faixa de Gaza e nas zonas de conflito

- Que Israel imediatamente abra negociação com o Hamas para troca dos reféns israelenses em contrapartida aos palestinos encarcerados em suas prisões;

- Progressiva desocupação dos territórios ocupados por Israel na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental, na Faixa de Gaza e nas colinas de Golã;

- Fim da segregação imposta ao povo palestino no território do Estado de Israel;

- Criação do Estado da Palestina, soberano e independente."

Link do manifesto aqui.

Veja também: Nosso conhecimento não pode servir a um estado assassino: pela ruptura das relações da UNICAMP com as universidades israelenses!




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias