Confira o depoimento de Tania Paula, trabalhadora da Estação Santa cruz, sobre a necessidade de apoio aos estudantes em luta.
terça-feira 24 de novembro de 2015 | 00:40
Começou com uma mensagem num grupo de whatsapp: Uma escola em Diadema foi ocupada! Até que alguém falou: ’a Polícia tá tentando invadir o Salvador Allende!’. Aí não aguentei: ’Aqui na minha comunidade, Cohab José Bonifácio? Tenho que ir lá!’
Foi assim que comecei a acompanhar as ocupações, dar apoio, sentir na pele a mobilização desses estudantes por um ensino público melhor. E li numa faixa: ’Uma educação que não é libertadora faz o oprimido desejar ser opressor.’
Estive em algumas assembleias, onde pude verificar a organização e o engajamento desses jovens. Também participei de rateios e coleta de doações para compra de alimentos - eles dependem dessa solidariedade pra continuar nas ocupações. Vi apresentações de música, teatro, oficinas variadas de artes... e também participei de momentos tensos; um deles foi no Salvador Allende, segundo dia de ocupação, e começaram a chegar viaturas até perto do portão interno de entrada. Desceram, olharam o ambiente e se foram. Outro foi na escola Wilma Flor - a diretora chamou a Polícia e, quando chegamos, eles estavam dentro da escola, na sala da diretora. Ao verem que a ocupação estava realmente estabelecida, com gente de vários movimentos sociais e pessoas da comunidade presentes, foram embora.
O caminho é esse. Lutar por educação libertadora, participativa, verdadeira. Sempre mobilizados. Não se iludam com a mídia e com as propostas enganosas do governo; sigam lutando.
Os estudantes estão dando uma aula de organização até para as classes trabalhadoras, disse um companheiro outro dia. Eu concordo. Parabéns e sigamos na luta!"
