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Greve de professores municipais | O arcabouço fiscal impõe reajuste 0% aos servidores federais e encoraja Nunes a fazer o mesmo aqui em SP", diz a prof Grazi em greve há 15 dias

Deflagrada no dia 8 de março, a greve de professores municipais junto ao conjunto do funcionalismo da cidade de São Paulo têm se enfrentado abertamente contra o prefeito Ricardo Nunes, que tem a coragem de propor um reajuste de 2,16% para a categoria. Tal reajuste não cobre nem a inflamação acumulada do ano.

segunda-feira 25 de março | Edição do dia

Para entender a mobilização dos professores, o Esquerda Diário entrevistou Grazi Rodrigues, professora da Zona Norte e militante do Movimento Nossa Classe Educação.

Veja mais: Ato de professores municipais demonstra que há forças para vencer! Quem deve dirigir a greve são os trabalhadores em greve!

Segundo a professora Grazi "o arcabouço fiscal do governo de frente ampla Lula-Alckmin é na prática um novo teto de gastos, pois limita o investimento em áreas fundamentais como a educação e neste momento faz com que o governo tente impor na marra um reajuste de 0% aos trabalhadores das universidades federais. O arcabouço fiscal é, na verdade, um ajuste fiscal do qual nós trabalhadores da educação já estamos sentindo os efeitos."

Sobre a esfera municipal, Grazi ainda disse: "O novo teto de gastos de Lula e Haddad é justamente o que encoraja ainda mais a extrema direita a seguir atacando a classe trabalhadora e rebaixar de forma geral os nossos salários. Uma vez que os trabalhadores das universidades federais se deparam com o reajuste 0%, Nunes aqui em São Paulo se sente no direito de propor apenas 2,16% e ainda dizer que os professores são privilegiados. Uma mentira escandalosa que sequer encontra eco entre os pais das crianças que sabem as condições precárias das escolas da prefeitura."

O Esquerda Diário ainda perguntou à professora sobre o atual estágio da mobilização e sobre as outras categorias em greve.

"Antes de mais nada é preciso defender os funcionários da saúde, que desde a pandemia da COVID vem vivendo sob extrema pressão e agora se enfrentam com a epidemia de dengue, uma consequência direta da crise climática que tem permitido a maior proliferação do mosquito. Esses trabalhadores estão no limite há muito tempo e assim como nós estão no enfrentamento contra Nunes, mas sua greve foi considerada ilegal desde ontem por essa justiça dos ricos e hoje, sexta-feira, Nunes ameaçou o corte de salário. É um absurdo e nós professores temos que estar na linha de frente da defesa desses companheiros tão valorosos para a nossa classe", disse Grazi.

Professora Grazi falando no ato de hoje:

A professora também mostrou que o governo federal tem sua parcela neste arrocho municipal. Para ela, é necessário a unidade das lutas pelo país, à exemplo dos técnicos das universidades federais, que é necessária para enfrentar os ataques como o Novo Ensino Médio e o Arcabouço Fiscal de Lula-Alckmin, apoiado pelo PCdoB de Claudio Fonseca e pelo PSOL. Arcabouço que serve de apoio para o arrocho de prefeitos e governadores pelo país."

A professora mandou um recado para o governo: "Tarcísio e Nunes estão juntos nessa. Assim como Tarcísio tentou demitir e cortar salários dos metroviários por eles fazerem greve contra a privatização, agora Nunes tenta cortar o salário dos agentes de saúde. Nós temos que responder à altura fortalecendo a nossa greve e superando as burocracias sindicais, que neste momento tentam pactuar um acordo com o vereador Thammy Miranda de apenas 4% de reajuste. Não vamos aceitar esse rebaixamento geral dos nossos salários. Precisamos lutar por reajustes dignos, que cubram o custo de vida que segue alto e nos deem melhores condições de trabalho para seguir atendendo a população. É com essa perspectiva de nenhuma ilusão na burocracia, fomentando a auto-organização da nossa categoria e denunciando os ataques de todos os governos que nós do Movimento Nossa Classe estamos atuando nessa greve!"




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