Combustível já passou de R$ 7 em diversos lugares do país.
terça-feira 24 de agosto de 2021 | Edição do dia
Imagem: Reprodução / RBS TV
Alternativa para um batalhão de trabalhadores desempregados, o trabalho precarizado dos motoristas de aplicativo tem sofrido golpes duros com as sucessivas altas dos combustíveis.
Enquanto aplicativos como Uber e 99 seguem abastecendo seus lucros milionários ao se apropriar de boa parte do valor arrecadado com as corridas, não aumentam o repasse aos motoristas precarizados pelo menos desde 2015, segundo representantes da categoria.
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Para se ter uma ideia, em 2015 o preço do litro de gasolina estava em torno de R$ 3. Atualmente, o valor mais que dobrou em muitos lugares do país, sendo comercializado a R$ 7 após uma alta acumulada de 51% só em 2021.
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Desde 2020, segundo a Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp), pelo menos 1 em cada 4 trabalhadores na capital paulista deixou de trabalhar no ramo. No caso do estado de Minas Gerais, o número é ainda maior, onde pelo menos metade já abandonou o trabalho de motorista por aplicativo ou pelo menos deixou de rodar com regularidade.
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A alta acelerada dos preços dos combustíveis, para além do impacto que tem na inflação e no custo de vida em geral da maioria da população, vem causando também uma espécie de desemprego entre os desempregados, uma vez que o trabalho precarizado por aplicativo sempre foi abastecido pela falta de alternativa a milhões de trabalhadores desempregados no país.
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