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25N: Enfrentar na luta a violência de gênero em Campinas! Dário e o Estado são responsáveis!

Campinas contabiliza mais um caso de estupro, escancarando a brutalidade da misógina capitalista. Diante deste brutal caso da estudante do Cotuca, que foi vítima de violência sexual, e dos inúmeros casos de violência de gênero em Campinas e região, nós do Pão e Rosas nos solidarizamos e chamamos as mulheres a responderem com a nossa força nas ruas, contra o machismo e o capitalismo nesse 25 N, dia internacional de luta contra a violência de gênero.

terça-feira 21 de novembro de 2023 | Edição do dia

Na noite de segunda (13), uma estudante de 17 anos foi vítima de violência sexual voltando para casa a pé após sair do Cotuca, colégio técnico da Unicamp. A jovem foi abordada próximo do Cotuca pelo agressor que dizia estar armado e que a ameaçou de morte para que ela ficasse quieta e o acompanhasse. Só conseguiu escapar depois que uma amiga com o pai percebeu a situação e a ajudou.

Es estudantes reclamam da falta de frotas de ônibus que ligam o Cotuca com os bairros, o sucateamento que permitiu que as empresas de ônibus reduzisse as linhas, o que leva muitos terem que ir até a rodoviária, em uma região bastante perigosa, principalmente para alunes do noturno e que saem depois das 22h da aula, parte da política reacionária de ataque aos serviços públicos que o prefeito Dário Saadi garantiu.

A região de Campinas é conhecida pelas altas taxas de violência de gênero. De acordo com dados do SSP, os casos de estupros dobraram em Campinas em setembro, totalizando oito ocorrências de estupro neste mês, contra quatro em 2022. Já nos casos de estupro de vulnerável, alta foi de 18,75%. Além disso, o número de mulheres em situação de violência doméstica que pediram abrigo à Prefeitura também já superou o total de 2022 - 56 mulheres e 66 crianças/adolescentes - e nesse ano, 70 mulheres e 69 crianças/adolescentes - até outubro.

Outro exemplo da política de ataques, privatização e sucateamento do governo que afeta principalmente as mulheres, os negros e a população periférica é o ataque à Maternidade, que provocou que as UTIs fossem interditadas por falta de trabalhadores. Essa tamanha precarização resultou na morte de 3 bebês.

Estes são exemplos que mostram a qual realidade as mulheres estão relegadas, fruto desse sistema que combina a exploração do trabalho com a opressão milenar às mulheres, um casamento entre capitalismo e patriarcado e que é gerido pelos governos. O legado do governo reacionário e machista de Bolsonaro, que a prefeitura de Dário e o governo de Tarcísio de Freitas (que são do mesmo partido) compartilham a responsabilidade de manter, é o aprofundamento da misoginia e da violência de gênero.

É preciso continuar nos enfrentando com o reacionarismo e os ataques, já que seguem atacando os direitos das mulheres e mostrando que as alianças com a direita só fortalecem a burguesia e os mais conservadores. A frente ampla, para manter seus acordos, se comprometeu em não revogar nenhuma reforma que passou durante o governo golpista de Temer e Bolsonaro, que precarizam profundamente a vida das mulheres e também em não legalizar o aborto, demanda histórica do movimento de mulheres, para que todes possam ter direito ao próprio corpo. Ou seja, com a manutenção das reformas nacionalmente, os ataques estaduais e municipais, e a falta de direitos imposta às mulheres, a realidade segue sendo de desigualdade e violência no Brasil de Lula-Alckmin.

Nossa resposta deve ser o caminho que os próprios estudantes do Cotuca mostraram, se organizar na luta, a partir dos locais de trabalho e estudos, com atos e manifestações, unificando os estudantes e trabalhadores para enfrentar o machismo e todo tipo de violência de gênero.

Veja mais em: O sonho que virou um pesadelo: estudantes se manifestam após caso de estupro próximo ao Cotuca

Apenas a força da nossa luta é capaz de dar uma resposta a altura da brutalidade que as mulheres sofrem, fruto do sistema capitalista e toda sua exploração e opressão, e varrer do nosso futuro a miséria bolsonarista de precarização, sucateamento e reformas. Temos que responder com toda força das mulheres, estudantes, trabalhadores de dentro e de fora das escolas, professores e de todos os setores oprimidos, a única frente capaz de levar até o fim nossas demandas, sem nenhuma confiança nos governos.

Essa aliança é capaz de concretizar nossas reivindicações e ir por mais. Precisamos estar seguras, mas não confiamos na polícia racista e machista que é responsável pelas chacinas e repressão de lutadores, da esquerda, e dos negros e negras. São nas delegacias que vemos a revitimização das mulheres, que são culpabilizadas e não contam com medidas que de fato garantam sua segurança. O Estado é responsável por cada uma das violências que sofremos, porque perpetuam o machismo, a desigualdade salarial, a terceirização que tem rosto de mulheres negras, e todo tipo de ideologia patriarcal que serve para nos inferiorizar e como uma ferramenta para os lucros capitalistas. Vimos agora no caso de Mari Ferrer a que serviço está a justiça burguesa, um verdadeiro autoritarismo machista, punindo a jornalista que denunciou o caso à prisão.

Nossa luta deve ser independente do Estado, exigindo com a nossa organização um plano emergencial contra a violência de gênero! Que seja garantido atendimento psicológico, casas abrigos, trabalho sem terceirização, legalização do aborto, dentre outras medidas, financiados com a taxação das grandes fortunas e o não pagamento da dívida pública. É preciso combater a violência pela raiz, sem confiança na polícia racista.

Neste dia 25, dia internacional de luta contra a violência de gênero, dia em que lembramos a história das irmãs Mirabal contra a ditadura na República Dominicana, estão sendo chamadas ações de combate a violência contra a mulher e ato em Campinas (09h na Catedral) é necessário irmos às ruas, auto organizadas, lutando por um plano emergencial de combate a violência de gênero, o machismo e o capitalismo e lutando hoje por aquelas mulheres que mais estão sendo violentadas que são as mulheres e crianças palestinas, já que passam de 7500 mortes de mulheres e crianças em Gaza, vítimas do Estado sionista e racista de Israel. É esse chamado que fazemos desde o Pão e Rosas de Campinas.




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