No final do ano de 2022 a Agência Reguladora de Transportes no Rio de Janeiro (Agetransp) aprovou a tarifa para o ano de 2023 dos trens gerenciados pela Supervia. A passagem aprovada pela agência e que estaria em conformidade com o contrato de concessão passará para o valor de 7,40 e entrará em vigor no dia 02 de fevereiro de 2023.
segunda-feira 23 de janeiro de 2023 | Edição do dia
De acordo com a Agência Brasil a empresa, reconhecida entre a população pelo seu péssimo serviço, afirma que a tarifa proporciona as condições e recursos para a operação dos trens. Ainda de acordo com a mesma agência, o Governador do Estado, Cláudio Castro, afirmou que a população do Rio não terá como arcar com o aumento. Como solução, a diferença entre a atual tarifa de 5 reais e a tarifa de 2023 vai ser subsidiada pelo Governo por meio de uma tarifa social.
Sendo assim, a população carioca pagará de forma indireta o aumento abusivo para uma empresa privada que cotidianamente humilha de diferentes formas os trabalhadores que necessitam dos seus serviços. A chamada tarifa social, no valor de 5 reais, só valerá para aqueles que tiverem o cartão de passagem habilitado para isso, todos os demais pagarão o valor integral de 7,40.
Os recursos do governo do Estado, que sempre faltam para as necessidades básicas da população como saúde, educação ou para aumento de salários dos trabalhadores, serão transferidos para a empresa que no final de 2022 acumulava mais 12 milhões de multas em menos de 1 ano. A empresa, no ano de 2015 teve mais de 39 milhões em subsídios do governo aprovado para que fosse quitada as dívidas com a empresa fornecedora de energia. Em 2021 entrou com um pedido de recuperação judicial e apresentou um acúmulo de 1,2 bilhões em dívidas.
Um serviço privado, extremamente caro, no qual os trabalhadores que dele necessitam passam por atrasos recorrentes, trens superlotados, horários incompatíveis com as necessidades da população e que pioram nos fins de semana, interrupções, suspensão de viagens e péssimas condições das estações. Para esse serviço de péssima qualidade um trabalhador que depende desse transporte gasta por mês mais de 200 reais para utilizá-lo de segunda a sexta e, na maioria das vezes, ainda necessita de utilizar outros modais que também tiveram aumentos significativos.
Os passageiros enfrentam como principal problema uma realidade de atrasos e intervalos longos entre um trem e outro todos os dias, é comum que entre uma estação e outra o trem fique parado por mais de 30 minutos. A ida para o trabalho chega a ser quase uma tortura em vagões super lotados que somados aos atrasos faz com que os trabalhadores cheguem cansados, estressados e atrasodos rotineiramente. Em diferentes ramais a superlotação se soma a baldeações que para muitos não fazem nenhum sentido e são implementadas sem nenhuma consulta àqueles que utilizam o serviço.
São incontáveis os relatos de problemas, conhecidos por todo carioca que já necessitou desse serviço e que são motivos da Supervia ser extremamente detestada pelos usuários. Uma rápida busca nos comentários do twitter da empresa, que na sua biografia já indica que os donos de comentários ofensivos serão bloqueados, permite uma visão desse quadro. No post de anúncio da tarifa social diversos usuários apontam como é abusivo o aumento e que este não faz jus ao serviço prestado e quem não depende do trem agradece por isso.
Enquanto favorece os empresários e os seus amigos políticos como Washington Reis, que havia sido indicado para o cargo de vice-governador mas foi eleito inelegível devido a uma condenação por crime ambiental e loteamento irregular em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, e que agora comanda a secretaria de transporte do estado. Mostrando como é demagógica qualquer fala de preocupação com as necessidades dos trabalhadores cariocas que sai da boca de Castro.
Diante esse aumento abusivo exige a urgente organização dos trabalhadores e da juventude que necessitam desse transporte, contra esse aumento que irá levar para o bolso dos capitalistas os recursos que são frutos do suor dos trabalhadores cariocas. Mas também contra a mafia do transporte que utilizam da necessidade de se locomover dos trabalhadores para gerar lucro e enriquecer. Além disso a estatização dos transportes do Estado e que este passem a ser geridos pelos trabalhadores e usuários, que utilizam e que de diferentes formas financiam esse serviço é uma necessidade urgente na realidade carioca.
