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REPRESSÃO CONTRA A JUVENTUDE | Ação da PM em SP aponta escalada contra direito de manifestação

A ação policial que impediu o direito de manifestação durante o segundo ato contra o aumento das passagens representa uma escalada autoritária do governo tucano de Geraldo Alckmin, com a cumplicidade do prefeito Haddad. Todas as imagens mostram claramente que não houve sequer o pretexto habitual de “excessos” ou de “ação de vândalos infiltrados”, para tentar legitimar a repressão.

quarta-feira 13 de janeiro de 2016 | 06:09

Dessa vez a PM agiu para tentar isolar e desmoralizar o ato desde a concentração e ali, com os manifestantes encurralados na esquina da Av Paulista com a Rua da Consolação,reprimir violentamente os manifestantes, numa violação clara ao direito de manifestação.

As imagens áreas retratam o que todos que ali estavam vivenciaram com espanto: o local designado para a concentração prévia à passeata, foi isolado por todos os lados por cordões policiais. A PM instaurou revista obrigatória de mochilas e bolsas, com seu conhecido critério racial de conduta: alguns jovens negros já foram os primeiros a sofrer humilhações, e qualquer item considerado “perigoso” serviu de pretexto para apreensões e até detenções antes mesmo de chegar ao ponto marcado de concentração.

Mais tarde, quando a manifestação pretendia sair em direção ao Largo da Batata, descendo a Av Rebouças, a PM simplesmente bloqueou completamente a passagem, acossando os manifestantes e então desfechando todo o seu arsenal repressivo de gás pimenta, cassetetes e as chamadas “bombas de efeito moral” - cujos estilhaços deixaram mais uma vez, no entanto, marcas bastante reais em pessoas que só queriam se manifestar.
Assista vídeo exclusivo do momento em que se desencadeou a repressão

DISCURSO DE SECRETÁRIO REFORÇA A ESCALADA AUTORITÁRIA

O discurso do secretário de Segurança Pública de Alckmin, o sr. Alexandre Moraes, deixou ainda mais claro de que não se tratou de uma ação isolada. Sem reconhecer qualquer excesso de seus comandados, o secretário deu entrevista coletiva na sede da PM na capital, e afirmou que se trata da nova estratégia do governo. Segundo ele, agora os protestos em SP não terão mais a liberdade de definir seus traçados; devem “negociar” com a polícia, e de fato submeter-se ao que for indicado por ela.

A escalada autoritária é evidente: já não se trata apenas de que os jovens e trabalhadores se acostumaram que, para poder protestar, têm que encarar a possibilidade real de receber “tiro, porrada e bomba” da PM, sob qualquer pretexto. Agora o pretexto nem precisaria existir, e a própria ideia de protesto ficaria anulada, já que seriam as autoridades de repressão quem indicaria a forma de protestar.

DILMA SE ASSUSTA COM POSSÍVEL ONDA DE MANIFESTAÇÕES PELO PAÍS

Segundo informações da Agência Estado, a presidente Dilma teria dado ontem sinais de preocupação com o recrudescimento das manifestações. Dilma teme que, em meio aos problemas econômicos e políticos que está enfrentando, este tipo de manifestação, que na sexta-feira passada atingiu Rio de Janeiro e Belo Horizonte, além de São Paulo, se torne repetitivo e possa se alastrar para outras cidades, onde também houve aumento de tarifas.

A preocupação maior do governo seria de que, com tantos ingredientes negativos, esses protestos possam ser capazes de reascender uma nova onda de manifestações de massas pelo país, repetindo o que houve em 2013.

O espectro de um novo Junho ronda o Brasil. A aliança entre a juventude e a classe trabalhadora organizada é o caminho para que, dessa vez, o desejo de mudanças verdadeiras possa se concretizar.

Crédito do vídeo: Thomaz Barbeiro




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