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Piadas prontas | André Valadão e Nikolas Ferreira: marionetes desprezíveis do bolsonarismo

Vem tomando destaque nas redes algumas figuras grotescas que atuam como verdadeiros fantoches de Bolsonaro. A “tropa de elite” é encabeçada pelo pastor André Valadão e pelo recém eleito deputado federal Nikolas Ferreira. Difícil dizer quem é pior, mas a competição é forte.

sexta-feira 21 de outubro de 2022 | Edição do dia
André Valadão (esquerda) e Nikolas (direita) em jatinho particular. Reprodução/Twitter

Valadão, que tenta ser uma espécie de influencer evangélico, essa semana se "auto-intimou" para uma retratação pública que supostamente teria sido exigida pelo TSE. Em que pese os autoritarismos desta instituição, que vem aumentando, dessa vez não foi o caso, pois o TSE não exigiu retratação alguma. A marionete gravou um vídeo dramático com fundo preto e música melancólica, digno de prêmio de pior vídeo do ano, para se colocar no papel de um perseguido político. Ele vem afirmando que Lula defende o direito ao aborto, apesar do mesmo e de seu vice, Geraldo Alckmin, reiteradamente deixarem claro que não defendem. Valadão é portanto mais um soldado tresloucado da tropa bolsonarista que se fortaleceu diante das consequências do golpe institucional cumprindo um papel destacado na cruzada reacionária de Bolsonaro (PL) e Damares Alves (Republicanos) contra os direitos das mulheres e todas as pessoas que podem gestar, bem como a favor da “guerra às drogas” que só serve para assassinar a população negra.

A concorrência aqui é com o não menos reacionário Nikolas Ferreira que representaria a juventude de extrema-direita fanática por Bolsonaro. Em suas redes é possível ver um vídeo vexatório do jovem indo à loucura quando o “mito” entra em uma live sua. Vergonha alheia pouca é bobagem. O “mito fala”, as marionetes repetem. Este ser, profissional em ataques ao PT, moveu uma ação absurda contra o Diretório Acadêmico Alfredo Balena, que representa os estudantes de Medicina, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), atacando diretamente uma entidade estudantil. Agora, se lançou como cabo eleitoral de Bolsonaro no Nordeste, para além de Minas Gerais, seu estado.

  •  Veja também: Estudantes da UFMG rechaçam tentativa de Nikolas Ferreira censurar entidade estudantil.

    Essas figuras aberrantes são expressão do espaço que a conciliação de classes abriu para que a direita em um primeiro momento, mas também a extrema-direita, avançassem com suas pautas reacionárias e conservadoras. Depois de 4 anos de governo Bolsonaro, vemos uma espécie de institucionalização desta extrema-direita no país, em base a uma “acomodação” das forças reacionárias junto ao regime político o que se verificou por exemplo com a aceitação por parte de Bolsonaro sobre o resultado do 1º turno. Para derrotar essa corja é preciso nos organizar em cada local de trabalho e de estudo, com a unidade entre trabalhadores, mulheres, o conjunto dos setores oprimidos e o povo pobre. São eles os que perpetuam e são herdeiros dos ataques mais brutais à classe trabalhadora, que aprofunda toda obra do golpe institucional contra nós, desde o direito ao aborto até a implementação de cada reforma, da reforma trabalhista, da reforma da previdência, da futura reforma administrativa, que só a nossa luta pode barrar.

  •  Veja também: A campanha contra o aborto no centro da disputa eleitoral.

    Bolsonaro, Damares, e também Valadão e Nikolas, Damares, tentam impedir a todo custo até mesmo meninas vítimas de estupro de abortar. Em junho o Ministério da Saúde de Bolsonaro lançou uma cartilha onde dizia que não existe aborto legal no Brasil, os casos previstos em lei deveriam ser submetidos a “investigação policial”. E em toda campanha bolsonarista vimos um culto religioso na política a serviço de avançar contra o direito ao aborto. Essa escória faz isso porque querem arrebentar os direitos das mulheres e dos trabalhadores, num país em que milhares morrem por abortos clandestinos todos os anos e que a cada 4 mulheres que morrem, 3 são negras.

    Diante dessa cruzada, não podemos abaixar nossas bandeiras, é urgente que lutemos, através dos métodos de luta da classe trabalhadora e com organização pela base, para enfrentar o bolsonarismo, as reformas e lutar por educação sexual para decidir, contraceptivos para não engravidar e aborto legal seguro e gratuito para não morrer e pela separação entre as igrejas e o Estado. Assim como nossa luta também tem que ser por revogar todas as reformas, que obrigam gestantes a trabalhar, que precarizam nossa vida, diante da fome, do desemprego e da alta inflação no país. Bolsonaro e Guedes já disseram que, se reeleitos, que irão aprofundar o teto de gastos, que já ataca nosso direito à saúde e à educação, não corrigindo a inflação no salário mínimo e na aposentadoria.

    Em termos de ataques, junto a eles, além do Congresso de Arthur Lira (PP), que já disse que quer aprovar a Reforma Administrativa, está o Judiciário. Também não podemos nos enganar sobre o TSE e também sobre o Supremo Tribunal Federal (STF). O TSE, hoje de Alexandre de Moraes, negocia a tutela dos militares nas eleições, foi o ator que sequestrou milhões de votos com a biometria em 2018. O STF foi articulador do golpe institucional de 2016, prendeu e proscreveu Lula em 2018. Além disso, a justiça brasileira humilhou Mariana Ferrer, como boa guardiã do patriarcado, um dos pilares fundamentais do capitalismo, garantindo a absolvição de seu estuprador André Camargo Aranha em 2020.

    Somente confiando nas nossas próprias forças é que poderemos derrotar Bolsonaro, Damares, Valadão e Nikolas. E não em alianças com a direita, que só fortalece a extrema-direita, como faz Lula e o PT. É urgente que a CUT, CTB e UNE, centrais sindicais e entidades estudantis nacionais dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, saiam da inércia eleitoral e organizem a luta em cada local de estudo e trabalho.

    Basta de atacarem nossos direitos! Inspiradas nas mulheres iranianas que queimam seus véus contra a teocracia, é preciso construir uma mobilização independente para garantir que nossos corpos não sejam mais controlados, que possamos ter direito ao aborto livre, seguro e gratuito e separação da igreja e do Estado.




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