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Palestina | Comitê de Solidariedade Palestina do DF aprova carta exigindo ruptura das relações Brasil-Israel

No dia 27, o Comitê de Solidariedade Palestina do Distrito Federal acatou a proposta do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) e da Faísca Revolucionária de assinar uma carta unitária exigindo a imediata ruptura das relações econômicas, diplomáticas e militares entre Brasil e Israel, bem como que as centrais sindicais e entidades estudantis organizem pela base um plano de lutas em solidariedade ativa com o povo palestino, inspirando-se nos fortes exemplo internacionais de luta.

quarta-feira 29 de novembro de 2023 | Edição do dia

A carta foi originalmente proposta pelo MRT ao Comitê de Solidariedade Palestina de Pernambuco e já conta com dezenas de assinaturas de comitês e organizações árabes, tais como a Sociedade Árabe Palestina de Brasília. Ela pode e deve ser um importante meio para se difundir em cada local de trabalho e estudo a necessidade de ruptura de todas as relações com o Estado genocida de Israel, que assassina com apoio do imperialismo dos EUA e da União Europeia, 10 crianças a cada minuto, acordos estes aprofundados por Bolsonaro e que o governo Lula-Alckmin mantém e preserva. As armas que matam o povo palestino são as mesmas que a polícia utiliza para assassinar a juventude negra nas favelas.

Por isso é fundamental que as centrais sindicais, como CUT e CTB, assim como entidades estudantis como a UNE, organizem pela base trabalhadores e estudantes, construindo com assembleias um plano de lutas, fortalecendo a mobilização que deveria estar sendo muito maior aqui no Brasil. Seria fundamental que o DCE da UnB também assinasse essa carta e, além disso, convocasse o quanto antes uma assembleia geral de estudantes para organizar desde a universidade ações de solidariedade ativa contra esse verdadeiro genocídio, ao lado da Frente de Luta Palestina UnB.

Segue abaixo a carta completa:

CARTA DO COMITÊ DE SOLIDARIEDADE PALESTINA DE PERNAMBUCO

Aos companheires que organizam e articulam os atos e mobilizações de solidariedade ao povo palestino contra o genocídio do estado sionista de Israel.

No dia 04/11 realizamos uma importante mobilização por todo o país junto aos atos internacionais que reuniram milhões de pessoas por todo o mundo, que se comovem e se indignam com as atrocidades cometidas por Israel, com o apoio e financiamento do imperialismo, em especial norte americano, exigindo o imediato cessar fogo na faixa de Gaza. Entretanto esta importante ação, como podemos acompanhar nos últimos dias, ainda não foi o bastante para alcançar este importante objetivo.

As toneladas de bombas lançadas no território palestino por Israel já somam o equivalente a duas bombas atômicas, matando dezenas de milhares, em sua maioria mulheres e crianças. São utilizadas também armas proibidas pelas leis internacionais, como fósforo branco. Hospitais palestinos são mirados pelos bombardeios e nos últimos dias se iniciou também a invasão terrestre ao que resta da faixa de Gaza. Presenciamos as terríveis cenas de bebês recém nascidos sendo retirados e enterrados nos hospitais. A faixa de Gaza segue sitiada, sem luz, sem água, sem internet, aplicando a tortura silenciosa dos que ainda sobrevivem.

Os crimes imperdoáveis de guerra de Israel já não podem mais ser ocultados. Não se trata de uma guerra simétrica entre dois Estados, mas sim de um genocídio sionista militarizado e financiado pelo imperialismo. De um lado, uma das maiores potências militares do mundo, de outro, a legítima resistência de um povo que luta pelo direito de existir. Como no exemplo das Intifadas, a mobilização de massas de trabalhadores, camponeses, da juventude e do povo na Palestina e em todo o mundo é o caminho para derrotar o Estado de Israel e o imperialismo. O direito de autodefesa armada desse movimento de massas é legítimo e não aceitamos que seja taxado de "terrorista" pela propaganda israelense como forma de justificar o seu próprio "terrorismo de Estado". A constante condenação dos grupos armados na Palestina enquanto “terroristas” é o principal pretexto usado pela grande imprensa a serviço da colonização israelense e do bombardeio de civis. Por isso achamos também necessário defender o direito à resistência palestina, não nos alinhando com a campanha “antiterrorista” propagada pelo imperialismo, pela grande mídia e suas censuras, apoiando de forma incondicional o direito da resistência palestina de se defender militarmente de Israel.

Porém, para além das nossas ações coordenadas, a resistência do povo palestino vem encontrando solidariedade ativa da juventude e dos trabalhadores de todo mundo. São exemplos para nós o bloqueio de envio de armas para Israel dos estivadores de Barcelona e nos portos de Oakland nos EUA, o boicote dos mineiros da Colômbia e dos trabalhadores de telecomunicações da Amazon, assim como a ocupação da universidade de Nápoles na Itália, dentre outras. A mobilização internacional vem gerando primeiros resultados, com inícios de rupturas de relações diplomáticas com Israel, como a Bolívia.

O governo de Lula, por sua vez, até agora, se circunscreveu a repudiar as mortes das crianças em Gaza - algo cuja tragédia é evidente aos olhos de todos - e pedir um cessar-fogo temporário e humanitário. Por outro lado, os acordos militares e econômicos, expandidos durante o governo de Bolsonaro, entre Brasil e Israel seguem vigentes. É emblemático que as armas e equipamentos militares utilizados contra o povo negro, nos morros e favelas pelo Brasil, como os caveirões do Rio de Janeiro, são as mesmas que a Tzahal (Forças de Defesa de Israel) utiliza contra o povo palestino.

Por isso nossa mobilização deve seguir cotidianamente, visando, entre outras ações, o dia 29/11, dia internacional de solidariedade ao povo palestino. Inspirados nas mobilizações dos trabalhadores e da juventude pelo mundo, no Comitê de Solidariedade Palestina de Recife viemos defendendo a ruptura das relações - diplomáticas, econômicas e militares - do governo brasileiro com o Estado sionista de Israel e viemos através desta carta propor que os demais atos e mobilizações pelo país incorporem essa exigência ao governo brasileiro, pois, nesta situação, acreditamos que seja uma importante medida que podemos ter de imediato para contribuir para um o cessar fogo na faixa Gaza.

Porém, fazemos esta exigência conscientes de que somente com nossa mobilização e luta de forma independente, junto aos trabalhadores, a juventude, movimentos feministas, negros e todos os setores oprimidos da sociedade, poderemos conquistar este feito. Neste sentido, se faz urgente também, que as grandes centrais sindicais, como CUT e CTB, e a União Nacional dos Estudantes (UNE), atendam o chamado dos sindicatos palestinos pela solidariedade internacional, mobilizando desde a base dos locais de trabalho e estudo por todo o país. Sigamos na luta por uma Palestina livre do rio ao mar!

Pelo imediato cessar fogo na faixa de Gaza e fim do Genocídio do Povo Palestino!

O imperialismo norte americano é responsável pelo massacre palestino!

Que o governo Brasileiro rompa as relações com Israel!

Por uma Palestina livre do rio ao mar!

Assinam essa carta:
Comitê de Solidariedade Palestina de Pernambuco
Comitê de Solidariedade Palestina do Distrito Federal
Aliança Palestina Recife
Campo Progressista Árabe
Comitê Palestina Democrática
Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino Khader Mahmud Ahmad Othman
Comitê de Solidariedade à luta do Povo Palestino Rio de Janeiro
Comitê Nacional de Solidariedade ao Povo Palestio
Frente em Defesa do Povo Palestio São Paulo
Frente Gaúcha de Solidariedade ao Povo Palestino
Fórum Latino-Palestino
Instituto Brasil Palestina
Movimento de Libertação da Palestina Ghassan Kanafani
Sociedade Árabe Palestina de Brasília
Sociedade Árabe Palestina Brasileira da Grande Porto Alegre
Sociedade Árabe Palestina de Corumbá




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