Devido as delações premiadas da Odebrecht deputados afirmam não ter clima para votação e ameaçam obstrução da PEC.
segunda-feira 12 de dezembro de 2016 | Edição do dia
A delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, criou incomodo na oposição e até mesmo setores da base de Temer na Câmara dos Deputados. A oposição e PSB, que votou com Temer nas demais propostas, se pronunciaram com a posição de criar resistência a votação do projeto da PEC 287, a PEC da Aposentadoria.
A proposta será apresentada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta segunda-feira (12). A comissão é integrada por sessenta e seis membros e, segundo procedimento rotineiro, os parlamentares governistas pedirão vista para a análise do projeto e, após duas sessões duas sessões do plenário haver a votação.
Deputados do PSB e PR se manifestaram referente as delações da Odebrecht e afirmaram que seria motivo para adiamento da votação. Júlio Delgado (PSB-MG) disse não haver “clima” para a votação de reforma e o deputado Delegado Waldir (PR-GO) afirmou “deveríamos adiar esta votação para 2017, até que nós tenhamos mais estabilidade”, embora o PR não tenha manifestado posição pública sobre o tema. O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), declarou que seus sete integrantes na CCJ irão entrar com “kit obstrução” da votação da PEC.
O temor pós-delação da Odebrecht tem levado políticos a chantagear o governo Temer em prol de providências. Embora o judiciário esteja protagonizando uma caça às bruxas nos parlamentos brasileiros, deseja ainda acima de tudo aplicação dos ajustes que descarregarão a crise nas costas da classe trabalhadora. O pacto entre judiciário e políticos em prol dos ajustes é um fato que já apareceu até mesmo em áudios de delações vazadas. A notícia sobre o possível fortalecimento da ala resistente a votação da PEC na Câmara é algo que atinge diretamente os interesses do governo golpista de Temer e também do Judiciário brasileiro.