O 1º de maio é a data em que se homenageia a luta dos trabalhadores iniciada pelos operários de Chicago que em 1886 foram às ruas na luta por uma jornada de trabalho de 8 horas. Depois disso em vários locais no mundo trabalhadores se somaram a essa luta pela redução da exaustiva jornada de trabalho.
Jenifer TristanEstudante da UFABC
terça-feira 3 de maio de 2016 | Edição do dia
Em Moçambique, fruto do regime colonial português que era extremamente repressivo, com jornadas de trabalho exaustivas e rigorosas de 18hrs ou mais, até 1975 era proibido o direito a manifestação, mas a partir de muita luta dos trabalhadores e da juventude conquistaram a independência do país os trabalhadores e o direito de celebrar o 1 de maio.
Esses dois momentos e exemplos da história nos servem para resgatar que a classe trabalhadora sempre lutou contra a exploração e opressão e que todas as conquistas que temos direito hoje são frutos de lutas históricas. A juventude não esteve fora desse processo, portanto esse dia também é de cada jovem trabalhador que ainda hoje deve se colocar no campo da luta e pelos direitos trabalhistas, mas não só, pois a nossa realidade hoje nos exige mais.
Nesse 1 de Maio nós da Faísca - Anti Capitalista e Revolucionária, em um bloco com mais de 400 pessoas junto ao MRT, estivemos em luta contra o impeachment. Em vários locais onde estamos UNICAMP, USP, UNESP, UFMG, UFRGS, temos travado nas assembleias estudantis uma discussão com o ME sobre a necessidade imediata de lutar contra a direita e os ajustes de todos os governos! Não se trata de forma nenhum de defender o PT, mas entendemos e diferenciamos o projeto de ajustes que o PT tem aplicado em nome da governabilidade e tantos outros direitos que em 13 anos não foram implementados. Com a corda que deu à direita nesse período o PT está agora enforcado que se sente legitimada a atacar ainda mais os nossos direitos.
Fomos nesse ato para exigir das centrais sindicais CUT E CTB que rompam com suas direções e travem uma luta consequente com métodos da classe operaria, com greve geral, piquetes e ocupações contra o golpe, mas que também lutem contra os ajustes que já vem sendo aplicados, com cortes de rua e mostrando que assim como a juventude fez em junho de 2013 e com as ocupações é possível vencer a direita e os ajustes com a força da mobilização.
É a faísca revolucionária, a nossa juventude tá com a classe operária!
Entendemos que no Brasil hoje estamos em uma mudança importante na conjuntura política onde um setor da direita latifundiária, racista, LGBTfobica e machista que tem como projetos os ataques aos trabalhadores como a reforma trabalhista em curso, vai colocar para além de outras coisas nossa classe e os setores oprimidos ainda mais sem direitos e colocar a frente, Temer, Cunha, Bolsonaro, Coronel Telhada e Dacciolo (com quem a esquerda PSTU e PSOL flertou por tanto tempo) a frente de governar o país.
Para nós a queda de Dilma pelas mãos da direita racista não é motivo de comemoração, pois sabemos que a condição de vida fruto da crise econômica em curso tente a piorar ainda mais e não é pelas mãos dos trabalhadores que o governo vai cair e sim dessa direita que assumirá forte para nos atacar. Para nós a única queda revolucionária é a pela via da classe trabalhadora, para acabar com os privilégios desses políticos, para acabar com a corrupção e construir um governo em defesa da maioria e de nossa classe. “Fora Todos” é uma abstração absurda, pois a única mobilização que existe para derrubar alguém hoje é a queda de DILMA e pela DIREITA.
Essa política desarma a juventude e os trabalhadores de lutarem inclusive pela construção de uma terceira via. “Eleições gerais” só abre espaço para que a direita e a FIESP elejam seus candidatos ainda mais com a cláusula de barreira a esquerda não teria espaço nenhum para tal disputa. A juventude negra que vai ser ainda mais assassinada por esses militares e policiais que tanto o PSTU quer defender. Tiveram com seus cartazes colocados no acampamento da direita e não vêem que suas políticas além de não derrubar o Temer só ajuda a direita a ter mais um braço.
Ao mesmo tempo para nós o caminho é o que vem sendo apresentado pelos estudantes secundaristas que no Rio, Goiás e agora novamente em SP tem se colocado a frente nas mobilizações e luta contra os ataques a educação respondendo com as ocupações de escola, criando um mecanismo de demonstração de forças onde os estudantes mostram que podem se auto organizar e assim organizar a escola, para expressar que os estudantes podem mandar nas suas escolas varias ocupações já tem se posicionado contra o impeachment e os ajustes e acreditamos que esse é o caminho. E assim como nas universidades que já expressei e nas escolas a tarefa fundamental a juventude negra é se colocar contra essa direita golpista e os ataques do PT.
Nós da Faísca – Anticapitalista e Revolucionária viemos atuando nesse sentido e gostaria de fazer um chamado a toda juventude em espacial a juventude negra a se juntar com a gente para juntxs derrubar esse golpe institucional em curso, mas se enfrenta também com a política do governo que vem precarizando a nossa vida e nos retirando o direito ao futuro! Vem com a faísca e preste atenção essa juventude quer revolução queima a opressão e incendeia os patrões!
