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PRIMÁRIAS ESTADOS UNIDOS | EUA: Hillary Clinton continua esperando a coroa

Bernie Sanders está 6 pontos à frente em Oregon, e a vitória apertada no Kentucky não deu a Clinton a vantagem desejada. A interna democrata deverá esperar a Califórnia para um resultado decisivo.

Celeste MurilloArgentina | @rompe_teclas

quinta-feira 19 de maio de 2016 | Edição do dia

Até o fechamento desta edição, Bernie Sanders liderava por quase 6 pontos a corrida em Oregon. Com esta vitória do senador, as primárias da terça-feira, 17, haviam culminado numa repartição igual dos delegados e uma diferença no voto popular a favor de Sanders. O Partido Democrata deverá esperar as primárias na Califórnia e em Nova Jersey no próximo 7 de junho para um resultado decisivo.

Hillary Clinton chegou às primárias de terça com a pressão de conseguir um resultado decisivo. Donald Trump, já sem desafiantes na votação, enfrenta as pressões da interna republicana que promete turbulências próprias até a convenção deste partido. Sem surpresas, Donald Trump impôs-se em Oregon com mais de 60%.

A maioria das pesquisas prometia uma corrida disputada no Kentucky e algumas consideravam Bernie Sanders como vencedor. O resultado finalmente deu uma vitória apertada à Hillary Clinton, mas isso não significou uma vitória para a ex-secretária de Estado de Obama. Com 99% apurado, Clinton se impôs com apenas 46,7% sobre 46,3% de Sanders. Os delegados foram repartidos proporcionalmente.

Kentucky havia representado para os Clinton um estado onde praticamente “jogavam em casa”. Bill Clinton, marido de Hillary e ex-presidente, ganhou duas vezes as internas nesse estado (1992 e 1996). A própria Hillary venceu as primárias em 2008, quando enfrentou Barack Obama. Mesmo assim, hoje, levou a metade dos delegados, mas nenhuma vitória.

Esta “vitória amarga” é uma fotografia do momento que atravessa a interna democrata. Hillary Clinton conta com a maioria dos delegados (ampliada, se contam os superdelegados, sem mandato por voto popular), e ainda assim não pode se impor como a candidata incontestada. O senador por Vermont, Bernie Sanders, transformou-se de concorrente respeitoso e bem vindo pelo próprio establishment do partido como via para enriquecer o debate, em ameaça a uma candidatura forte que possa derrotar os republicanos.

Este último trecho da competição foi bastante caro para a campanha de Hillary Clinton, que começou a extremar os discursos alertando sobre o fantasma dos candidatos independentes, relacionando Bernie Sanders com Ralph Nader (candidato do Partido Verde em várias oportunidades), a quem responsabilizam por algumas das derrotas democratas.

Bernie Sanders, que decidiu se filiar ao Partido Democrata para apresentar-se como pré-candidato, transformou-se no principal fenômeno político, com uma campanha com milhares de voluntários e arrecadações recordes, e no obstáculo da nomeação de Clinton (que algum dia sonhou com uma disputa tranquila).

Do lado republicano, ainda que Trump já seja o virtual candidato, isto não significa um ponto final à crise interna que divide o partido. Matematicamente inalcançável, Trump não deixa de gerar polêmicas. Na semana passada, o líder republicano do Congresso e principal figura da ala moderada, Paul Ryan, anunciou que “não estava seguro para apoiar Trump”. Apesar das intenções de chegar a algum tipo de acordo para evitar mais discussões, isto não dissuadiu algumas das iniciativas desesperadas de quem vê o triunfo de Trump como o aprofundamento da crise do movimento conservador e estaria disposto a impulsionar um candidato extrapartidário.

Apesar das intenções de chegar a algum tipo de acordo para evitar mais discussões, isto não dissuadiu algumas das iniciativas desesperadas de quem vê o triunfo de Trump como o aprofundamento da crise do movimento conservador e estaria disposto a impulsionar um candidato extrapartidário.

Veja aqui cobertura das primárias dos Estados Unidos.

Traduzido por Seiji




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