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Polo reacionário | Eleições Centro-oeste: Direita e bolsonarismo seguem dando o tom no coração do AGRO no país

A reeleição de Ibaneis Rocha (MDB) no DF, Ronaldo Caiado (UB) no GO, Mauro Mendes (União Brasil) no MT revela a hegemonia da direita golpista e bolsonarista na região ponta-de-lança do agronegócio brasileiro. Damares Alves e Tereza Cristina eleitas senadoras confirmam o peso bolsonarista na região e serão um pilar reacionário no Senado.

segunda-feira 3 de outubro de 2022 | 21:29

Ibaneis Rocha, Ronaldo Caiado e Mauro Mendes confirmaram no primeiro turno seu favoritismo. Todos compartilham o perfil de candidatos de partidos da direita tradicional, mas alinhados com a base bolsonarista, o que mostra a fusão do velho coronelismo, que domina os aparatos políticos das áreas rurais, com o enraizamento da base social reacionária bolsonarista.

O reacionário advogado Ibaneis, defensor dos assassinos do índio Galdino, se elegeu após sacramentar sua aliança com Bolsonaro e se unir a seu principal adversário ao Palácio do Buriti, José Roberto Arruda, do mesmo partido do presidente. O que mostra como a corrida estava concentrada na direita e se resolveu com a união do palanque dos candidatos. Ibaneis se reelege para seguir sua trajetória de privatizações, como a da CEB, ataque aos servidores públicos, como os metroviários e as terceirizadas da Saúde.

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No Mato Grosso, Mauro Mendes é a face mais emblemática da aliança política que domina a região. Empresário dono de várias empresas na área de metalurgia, energia e mineração, é ex-presidente da Federação da Indústria de Mato Grosso (Fiemt), sustentado pela casta do agronegócio que controla a política local, como o rei da soja Blairo Maggi. Mendes conseguiu atrair Republicanos, MDB, Podemos, PSB, Pros e a federação PSDB/Cidadania, além de União Brasil, seu partido, e PL.

Ronaldo Caiado, herdeiro do que há de mais violento do coronelismo em Goiás, teve a posição mais velada em relação a Bolsonarismo, eleito como parte do bolsonarismo em 2018, trocou farpas com o genocida, mas sem que abandonasse ele muito menos sua base reacionária, já que 50% dos eleitores que votaram em sua reeleição são bolsonaristas. Caiado, que atacou os professores precarizando sua jornada de trabalho, dará sequência ao seu governo de ataques em prol do agronegócio da região.

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A única eleição que foi para o segundo turno, foi a que dividiu essas duas forças, a bolsonarista e a do AGRO. Eduardo Corrêa Riedel (PSDB), em segundo lugar com 25,17%, foi vice-presidente e diretor da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e é apoiado pelo atual governador Reinaldo Azambuja. Renan Barbosa Contar (PRTB), capitão do Exército foi eleito deputado estadual em 2018 pelo PSL surfando na onda bolsonarista, e contou com o apoio de Bolsonaro, aos 45 do segundo tempo, catapultando sua candidatura da quarta para a primeira colocação com 26,94%.

Somado a esse quadro asqueroso para o Executivo dos estados, foram eleitos para o senado uma bancada ultra reacionário, com: Damares Alves (Republicanos-DF), Tereza Cristina (PP-MS), Wellington Fagundes (PL-GO) e Wilder Morais (PP-MT). Parte de uma tendência mais geral do legislativo de crescimento da extrema-direita, que atuará como salvaguarda e ponta-de-aliança dos ataques que a burguesia deseja, além de promover a agenda reacionária contra os direitos das mulheres, LGBTs e negros.

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Porém, é sempre importante entender as eleições como um retrato distorcido. A disposição de resistência e luta contra todos os ataques e reacionarismo perpetrados pela direita e extrema direita local se demonstrou em importantes resultados obtidos pela esquerda. Fábio Félix (Psol), primeiro deputado assumidamente gay, conquistou a maior votação da história para deputado distrital, com mais de 50 mil votos, se elegendo junto com Max Maciel para a Câmara Legislativa do DF.

Como vemos o enraizamento da direita e da extrema direita, um fenômeno ainda mais forte na região, exige que enfrentemos na luta de classes, colocando de pé uma alternativa independente, contra a lógica de conciliação com a direita e o agronegócio que só bloqueia a emergência de um programa da classe trabalhadora para responder a demandar da sociedade. No coração do AGRO no país, milhões de pessoas passam fome, não serão os representantes desses políticos que resolveram essa insegurança alimentar da população, é preciso expropriar os latifundiários, junto dos gigantes conglomerados de alimentos, promover a reforma agrária e o reajuste salarial de acordo com a inflação. Um programa assim, capaz de convencer os trabalhadores, só pode ser apresentado por uma esquerda com independência de classes.




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