O prefeito de Barra do Piraí (RJ), Mário Esteves declarou durante um evento a necessidade de "castrar essas meninas" de sua cidade, falando da necessidade de "controlar essa população". O prefeito defendeu, ainda, leis que limitem o número de filhos permitidos por casal. Esteves defendeu Bolsonaro nas eleições de 2022 e recebeu Flávio Bolsonaro na cidade para ato que organizou pela reeleição do então presidente.
segunda-feira 18 de setembro de 2023 | Edição do dia
Durante a inauguração de uma creche na última quinta feira (14), o prefeito do município de Barra do Piraí, no sul do estado do Rio de Janeiro, Mário Esteves, defendeu que as “meninas” da cidade sejam “castradas” como forma de "controlar essa população". “O que não falta em Barra do Piraí é criança. Cadê o [secretário de Saúde] Dione? Tem que começar a castrar essas meninas. Controlar essa população. É muito filho, cara”, afirmou. No mesmo evento, Esteves se estendeu no tema, defendendo a criação de lei que limite o número de filhos por casal.
Após críticas, o prefeito reafirmou sua posição em suas redes sociais, afirmando que seu único "equívoco" teria sido “a troca do termo técnico - ‘laqueadura’ por ‘castrar’”, mas deixando claro que “isso não diminui a importância do assunto. O que deveria entrar em pauta era o planejamento familiar", culpando um suposto "sensacionalismo" pelas repercussões negativas de sua fala eugenista, visando claramente regular os corpos das pessoas que gestam e a reprodução da classe social que pra ele é desprezível.
Vimos aqui uma menina pré-adolescente ser coagida por uma juíza bolsonarista que queria que ela levasse a frente uma gravidez fruto de um estupro. Vimos também uma mãe de gêmeos siamesas passar pelo mesmo processo mesmo os médicos dizendo que as chances de sobrevivência eram mínimas. Lembremos também do caso de Marie Ferrer, quando o juiz bolsonarista alegou um tal "estupro culposo" Defendendo o empresário André Aranha. O absurdo gerou atos por todo o país mostrando a disposição de luta feminina e rechaço ao machismo.
É necessário que todo esse ódio e rechaço a essa extrema direita machista seja organizado e canalizado com uma perspectiva de classes sem ilusão nas instituições como STF e o Senado, sem ilusão também na frente ampla do governo do PT, que durante todo o tempo que esteve no poder não moveu uma palha para assegurar, por exemplo, o direito ao aborto e pelo contrário fortaleceu a bancada evangélica assegurando o não avanço dessa pauta importantíssima por via da "carta ao povo de Deus".
