×

Ajuste Fiscal | Governo Lula comprime despesas sociais e despeja bilhões aos empresários

Nesta terça-feira o orçamento para o ano de 2024 foi aprovado, com a previsão de zerar o chamado déficit fiscal. Enquanto impõe um ajuste para pagar a dívida com os banqueiros (o maior gasto do governo), ainda foi anunciado um plano que prevê despejar 300 bilhões nãs mãos dos empresários e do agronegócio

Thiago FlaméSão Paulo

quarta-feira 24 de janeiro | Edição do dia

As discussões sobre os gastos do governo federal aparecem na mídia truncadas por um linguajar técnico de difícil compreensão, se destacando o compromisso do ministro Haddad de zerar o chamado déficit fiscal. Um olhar mais atento revela a verdade que o governo se esforça para ocultar: tudo está orientado para garantir o pagamento da dívida pública aos banqueiros.

No papel, ainda que o orçamento projete um aumento dos gastos com saúde e educação, reserva 1,7 trilhão, do 5,5 para pagamento de juros. Os gastos com saúde e educação não chegam a 10% desse valor. Só que na prática a coisa é ainda pior, pois para cumprir a meta de zerar o déficit ao longo do ano os gastos previstos tendem a ser cortados, nos chamados contingenciamentos. Como se não bastasse, está em discussão no governo acabar com a regra que prevê um piso mínimo para os gastos com saúde e educação.

Os empresários fizeram um grande barulho com o fim de algumas isenções de impostos e o governo apresentou essas medidas como uma forma de fazer um ajuste fiscal sem cortar gastos sociais. Só que o discurso bonito na pratica é outra coisa. Para atender os empresários, está sendo discutido um plano de incentivos que pretende entregar 300 bilhões para setores da indústria via BNDES e outras instituições.

Em nome de derrotar o bolsonarismo e enfrentar a extrema direita, Lula e o PT se aliam com todos os setores da direita e da extrema direita, até mesmo o PL. De palavra, justifica essas alianças como um mal necessario para reverter as politicas de Temer e Bolsonaro. Na pratica, fazem tudo o que o mercado financeiro, os industriais e o agronegócio exigem, enquanto deixam os governadores bolsonaristas como Tarcisio com as mãos livres para seguir e radicalizar a política privatista de Guedes e de Bolsonaro.

O caminho da conciliação, de tantas e tantas medidas apresentadas como um mal necessario, só para de pé por que é visto como a única alternativa possível. Porém, a classe trabalhadora Argentina está mostrando que existe outro caminho, o da luta e do mobilização, um caminho que o PT e as direções sindicais se negaram a seguir frente ao governo Bolsonaro. Somente por essa via, também no Brasil, será possível barrar os ataques e reverter a obra de destruição dos governos golpistas




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias