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CRISE GRÉCIA | Governo grego admite não ter maioria suficiente para aplicar suas políticas

O governo grego reconheceu nesta terça-feira que não tem maioria suficiente para aplicar suas políticas e afirmou que nos próximos dez dias estabelecerá um roteiro para chegar, pelo menos, até a primeira avaliação do resgate, prevista para outubro.

quarta-feira 19 de agosto de 2015 | 00:00

"Todos nós estamos cientes que este governo não tem neste momento a maioria para poder aplicar suas políticas. Isto, já é por si mesmo um grande obstáculo", afirmou a porta-voz do gabinete, Olga Gerovasili, na emissora de rádio ªAtenas 984ª.

Gerovasili disse que o objetivo do Executivo é recuperar o apoio de 162 deputados, número de cadeiras que tinha ao as eleições, e que a preocupação do partido esquerdista Syriza se centra na "minoria que elegeu algo diferente".

A porta-voz se referia aos 47 deputados que deram as costas ao resgate na votação de sexta-feira no parlamento, o que, segundo a imprensa local, deveria levar à convocação de uma moção de confiança ao primeiro-ministro depois de amanhã, quando está previsto que a Grécia receba a primeira parcela do resgate.

Do total de 149 representantes que o Syriza possui no parlamento, 118 votaram a favor do novo memorando, menos que o necessário para poder governar com maioria própria. Isso deixa Tsipras às portas do pedido de um voto de confiança para manter-se no governo, ou, na ausência deste, de chamar eleições antecipadas.

Gerovasili assinalou que o governo ainda não tomou nenhuma decisão a respeito, e esclareceu que nos próximos dez dias o Executivo estabelecerá um roteiro com os passos a seguir.

O gabinete está de olho, primeiro, na aprovação do resgate pelos parlamentos europeus - que têm que ratificá-lo entre hoje e amanhã - e, depois, em chegar à primeira avaliação do programa, prevista para outubro.

Conforme o estipulado com os credores, o compromisso de reestruturação da dívida está condicionado a haver resultados positivos na primeira revisão.

A porta-voz do governo deixou entrever que as eleições antecipadas são praticamente inevitáveis, ao destacar que com a composição atual do parlamento o programa não pode ser aplicado.

Gerovasili argumentou que os partidos de oposição, que votaram a favor do resgate, não se comprometeram a apoiar as medidas de ajuda de agora em diante e reiterou que, se um Executivo perde de fato a confiança do parlamento, é preciso ir às urnas, e não buscar outra solução.

Segundo a imprensa local, o governo contemplaria a possibilidade de abrir as sessões de verão do parlamento para aprovar as medidas pactuadas com os credores, que devem ser legisladas antes da primeira avaliação do resgate.

Esta opção eliminaria a convocação de uma moção de confiança porque o parlamento só reabriria novamente em 5 de outubro.

Esquerda Diário/EFE




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