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Greve Metrô, Sabesp e CPTM | Metroviários chamam assembleias unificadas para que a base decida os rumos da greve de 3/10

O governador Tarcísio (Republicanos) anunciou que quer privatizar todas as linhas do Metrô e da CPTM e a Sabesp até o fim de 2025. Quer vender o transporte e nossa água para grandes empresas que recebem bilhões do governo nesses acordos, como a CCR que assumiu as Linhas 8 e 9. O resultado dessa política é seguir garantindo lucros para os empresários em detrimento da qualidade dos serviços prestados pra população, gerando falhas nos transportes, aumentando o risco de acidentes e buscando aumentar as tarifas.

sábado 23 de setembro de 2023 | Edição do dia
Foto: @paulo.iannone

Na última semana ocorreram assembleias dos trabalhadores da CPTM e Metrô que já aprovaram greve unificada dia 3/10, e também com os trabalhadores da Sabesp estão para realizar assembleia para se somarem a este dia, para barrar o projeto privatista do governo de extrema direita em SP. Esta luta também vem se desenvolvendo na USP a partir de uma greve aprovada na assembleia geral dos estudantes essa semana, que está contra a precarização que Tarcísio vem aprofundando na universidade, mostrando que é possível expandir ainda mais a luta contra este governo que quer destruir também a educação pública.

É de fundamental importância fortalecer este movimento neste momento frente ao enorme desafio onde os trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp estão apontando o caminho da luta para avançar na garantia da qualidade e manutenção dos serviços públicos prestados para a população. Por isso nós do Movimento Nossa Classe colocamos em votação na última assembleia dos metroviários a seguinte proposta para este objetivo, o qual foi aprovada pela maioria dos votantes:

"Chamado a assembleias unificadas deliberativas das categorias em greve, nos dias 2 e 3, para que a base dos trabalhadores possa decidir, em unidade, sobre os rumos e a continuidade ou não da greve e demais medidas de luta em unidade"

Isso porque a greve e a luta unificada contra Tarcisio serão muito mais fortes se os trabalhadores destas categorias puderem decidir juntos os rumos desta luta, como ela será realizada, quanto tempo irá durar, e todos os caminhos que ela tomará do início ao fim. Apostando na força e criatividade dos próprios trabalhadores, serão muito melhores as condições para vencer essa luta contra Tarcísio, que será dura. Para isso, precisamos que sejam os trabalhadores, e não as cúpulas dos sindicatos, que decidam de fato sobre sua própria luta e seus caminhos.

O controle desta luta desde a base será a única forma tanto da greve ser garantida e efetivada de fato no dia 3/10, quanto pra luta ir até o final, apesar das vacilações costumeiras das direções destes sindicatos que os trabalhadores nestas categorias conhecem muito bem há tantos anos. Como já afirmou Adamo Bazani no jornal Diário do Transporte, a direção da UGT na CPTM diz que "até a data, dependendo das sinalizações do Governo do Estado, a greve pode ser cancelada", por isso é importante que os trabalhadores estejam atentos a essas movimentações e possíveis manobras até o dia 3, e garantam que esta luta seja de fato democrática fazendo valer sua vontade de lutar até o final.

Apesar da maioria da diretoria do Sindicato dos Metroviários de SP (PSOL e PSTU) terem sido contrários à proposta de assembleia unificada nos dias 2 e 3, a proposta por este chamado foi aprovada pela maioria na assembleia com mais de 1700 votantes, mostrando a enorme vontade que há na base dos metroviários de decidir e controlar a luta em unidade com os demais setores ameaçados pela privatização.

Estes ataques hoje de Tarcísio à nível estadual em SP se apoiam em políticas como o novo teto de gastos do governo Lula-Alckmin, o arcabouço fiscal, e se somam às reformas que o governo já disse que não vai revogar, como a trabalhista e da previdência, e se fortalecem com a política de conciliação, com o Ministério que Lula acaba de dar ao Republicanos, partido de Tarcísio, e com medidas como a privatização dos transportes federais, como vêm se dando em Belo Horizonte e Recife.

A auto-organização dos trabalhadores e a coordenação das diferentes categorias pela base é caminho fundamental pra que esta batalha avance, que permita avançar a um patamar ainda superior e tenha condições de impor uma dura derrota ao projeto de Tarcísio. Não podemos aceitar, precisamos barrar as privatizações e batalhar pela estatização total dos transportes, da água, da educação e da saúde sob o controle dos trabalhadores, em aliança com os usuários. E é importante unificar toda a classe trabalhadora em uma greve geral com este objetivo, junto com a greve aprovada pelos trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp no dia 3/10, somada à forte greve de estudantes da USP, que está luta contra a falta de professores e a precarização que Tarcísio e as reitorias impõem também na educação!

Confira o material do Movimento Nossa Classe, onde em diversas categorias em que estamos a gente segue batalhando para construir e ampliar este importante movimento para outros trabalhadores como em professores estaduais, exigindo das grandes centrais sindicais que organizem uma greve geral contra as privatizações de Tarcísio com comandos de greve unificado com representantes eleitos nas assembleias de cada categoria para conduzir o movimento de forma democrática.

Veja também chamado da Prof. Maíra Machado, coordenadora da sub-sede da APESOESP de Santo André, à direção central da APEOESP que está organizando assembleia no dia 20/10, mais de 15 dias depois da greve unificada do Metrô, CPTM e Sabesp. A sub-sede Santo André votou por unanimidade para que o sindicato antecipe seu calendário para estarem juntos aos trabalhadores em luta no dia 3:




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