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BRASIL-ARGENTINA | Ministros de Dilma e Macri já iniciam aproximação

segunda-feira 23 de novembro de 2015 | 23:59

"Pela potencialidade do país, certamente muda um pouco a dinâmica, se forem pelo caminho de um pouco mais de liberalismo econômico", afirmou Levy ontem, no seminário Reavaliação do Risco Brasil, promovido pelo Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.

Macri, o candidato eleito para presidente na Argentina no último domingo é considerado por grande parte da mídia internacional como de "centro-direita", e se propõe a governar o país para os interesses dos grandes empresários, como vinha fazendo por 8 anos no governo da cidade de Buenos Aires.

Sobre os atuais blocos econômicos e políticos na América do Sul, Macri afirmou que sua prioridade será forjar uma "aliança estratégica" com o Brasil para iniciar de maneira conjunta negociações para unidade com o bloco da Aliança do Pacífico (composto por Chile, Colômbia, México e Peru).

"Para o governo brasileiro será muito mais fácil trabalhar com a gente do que com a Cristina [atual presidente]", afirmou Macri à jornal argentino, assegurando que sua primeira visita de Estado será para as terras brasileiras e que pretende estabelecer políticas em sintonia com os ministros brasileiros Joaquim Levy (Ministro da Fazenda), Armando Monteiro (ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Kátia Abreu.

A eleição de Macri na Argentina, segundo Levy, ainda reforça a necessidade de o Brasil focar em aumento de produtividade e nos bens "tradables" (produtos que sofrem concorrência externa, que sofrem aumento com a alta do dólar, que vem do exterior) diante da oportunidade de se beneficiar do novo cenário no país vizinho. Para isso, o País precisa passar por "mudanças institucionais e regulatórias". "Precisamos ter fôlego para crescer", disse o ministro. Leia-se em "aumento da produtividade": menos emprego, menos salário, mais exploração.

Ainda do ponto de vista externo, uma vantagem das condições atuais da economia brasileira, destacou Levy, é que o endividamento externo é baixo, e o Brasil possui grande volume de reservas internacionais. "Não temos crise externa", afirmou, como se ignorasse a grande exposição do Brasil aos fluxos internacionais de capital, que o endividamento em dólar do estado brasileiro é o maior em 11 anos, ou o grande peso dos investidores estrangeiros na Bolsa de Valores.

Para Diana Assunção, militante do Movimento Revolucionário de Trabalhadores, "Esta aproximação de Macri com os ministros mais importantes de Dilma, como Levy, apenas mostra que Dilma aplica hoje um programa de ajuste no Brasil no mesmo sentido do que Macri pretende aplicar na Argentina, como Scioli aplicaria se fosse eleito, apenas com ritmos distintos. Os laços anunciados nesta semana entre Levy e Macri, que darão início em dezembro com a posse do novo presidente, mostra que não existe "mal menor" nem na Argentina, nem no Brasil, pois Dilma, Aécio, Macri, Scioli com as diferenças nacionais e de matizes entre si, representam os mesmos interesses, da política de ajuste para descarregar a crise sobre a classe trabalhadora".




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