domingo 8 de novembro de 2015 | 12:30
Na última quinta-feira (5/11), diversas forças políticas da UNESP Araraquara – Juventude às Ruas, União da Juventude Comunista (UJC), Coletivo Canudos e Domínio Público – e estudantes independentes organizaram uma roda de conversa intitulada “Centro Acadêmico pra quê?”, discutindo o papel do movimento estudantil em disputar, desde suas entidades e fóruns de organização, as direções que, respaldadas no discurso de crise, aprofundam ainda mais o projeto elitista de educação brasileiro. Esse espaço de frente se coloca contra a política de esvaziamento dos espaços de auto-organização do campus e a isenção da atual gestão do CA de Ciências Sociais (chapa Dialética) em se organizar por dentro dos processos de luta reais que se desenvolviam ao longo do ano.
Segue a nota elaborada por estudantes da Juventude às Ruas, UJC, Coletivo Canudos, Domínio Público e demais independentes em repúdio ao edital lançado, e exigindo que o processo eleitoral seja imediatamente discutido em assembleia para que seja construído de maneira democrática:
“Perante o lançamento do edital de eleição para o Centro Acadêmico Florestan Fernandes, lançado pela chapa Dialética no último dia 27 de outubro pelo) em sua página do facebook, nós, abaixo assinandos, viemos demonstrar nosso repúdio ao caráter antidemocrático pelo qual foi imposto o formato de tais eleições.
Afirmamos que, um processo eleitoral tem importância devido ao debate político trazido por este momento, no qual os estudantes irão confrontar as diferentes concepções sobre o centro acadêmico de acordo com os programas defendidos pelos grupos que se organizam para disputar este espaço. Devido a isto, torna-se vital para o processo que a base dos estudantes esteja em íntima relação com a construção do formato das eleições, isto não ocorreu, sendo o edital lançado sem quaisquer avisos prévios, pegando a todos de surpresa.
No referido edital a chapa define o prazo de 26 de outubro a 11 de novembro para a inscrição de chapas, os dias 17 e 19 para os debates e os dias 24 a 27 de novembro para as eleições. A divulgação desse instrumento foi pífia, ocorrendo somente por meio do facebook do centro acadêmico, sendo desconhecido pela grande maioria dos estudantes de Ciências Sociais.
Tais prazos são insuficientes para realizar os debates de uma chapa sobre sua concepção e suas propostas para o centro acadêmico, inviabilizando uma construção qualitativa da mesma. As datas escolhidas são também de difícil articulação dos estudantes, por coincidir com o momento de provas e trabalhos, esvaziando totalmente o caráter político e democrático das eleições.
Quando questionada em sua página, a gestão do CAFF se justificou dizendo que tal edital foi ratificado em assembleia realizada em 2014 e que somente realizaram “pequenas modificações”. Discordamos que o edital esteja legitimado por assembleia realizada há um ano atrás, visto que esta não foi discutida com os estudantes que não estavam aqui este ano, como os ingressantes e que as modificações realizadas, como os prazos, influem essencialmente no caráter das eleições.
Perante o aqui exposto, nós solicitamos à atual gestão do centro acadêmico a impugnação do edital de eleições para a gestão do CAFF no ano de 2016 e que a mesma convoque uma assembleia dos estudantes de ciências sociais para debater o processo eleitoral. Considerando que na próxima semana o campus estará fechado para evento acadêmico, propomos a semana do dia 16 a 20 de novembro para realização de tal assembleia.
Sem mais para o momento, aguardamos uma resposta urgentemente.”
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