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MOVIMENTO SINDICAL | Realizou-se reunião do Espaço de Unidade de Ação, veja os debates e resoluções

Nesta sexta-feira ocorreu a primeira reunião de 2016 do Espaço de Unidade e Ação, composto majoritariamente pela CSP-Conlutas, além de setores do PSOL.

sábado 23 de janeiro de 2016 | 12:41

Na reunião estiveram cerca de 160 pessoas, com sindicatos e movimentos populares. Na abertura foi feito um informe sobre a conjuntura politica nacional atravessada pela crise politica do regime e pelos efeitos da crise econômica que se revertem em um importante aumento da inflação e do desemprego, mas também por lutas em vários estados contra o aumento das tarifas e em montadoras importantes como a GM em que os trabalhadores estão em greve reivindicando uma PLR maior e estiveram na reunião com uma delegação de trabalhadores.

Grande parte das intervenções versou sobre a crise econômica que atinge o Brasil e como enfrentar o ajuste realizado por governos federal, estaduais e municipais. Nesse ponto se abriu um debate sobre o eixo de intervenção do programa que o Espaço de Unidade de Ação deveria apresentar em que correntes do PSOL como Liberdade, Socialismo e Revolução e APS defenderam que o centro deveria ser “Lutar contra os ajustes” argumentando que este eixo permitiria maior unidade e diálogo com setores como o MTST. Zé Maria (PSTU) interviu localizando que este debate trazia como pano de fundo uma politica que separava os ajustes e ataques aos trabalhadores do sujeito fundamental que está implementando os ajustes, o próprio governo Dilma e na prática significava secundarizar a denuncia politica do governo Dilma no momento em que este vem sendo o porta-voz da implementação dos ajustes junto com a CUT. Esta “secundarização” não é um acaso, pois se liga completamente à politica de setores do PSOL que estão na CSP-Conlutas e, ao mesmo tempo estão compondo a Frente do Povo sem Medo e no fim do ano passado integraram os atos convocados pela CUT (a mesma que vem implementando o PPE e fazendo parte dos pactos do governo com os empresários). Estes atos, que levavam como lema a defesa da democracia, na verdade serviram de apoio ao governo Dilma, como já escrevermos em outros artigos.

Por sua vez Marcello Pablito, militante do MRT e representante do SINTUSP, partiu da análise sobre a situação politica marcada pela crise politica e os ajustes concordando com a critica à Frente do Povo sem Medo por sua adaptação ao governo mas localizando que tampouco a consigna de “Fora Todos e Eleições Gerais” defendida pelo PSTU poderia responder a situação politica em que passamos no país, ao contrário trata-se de um erro enorme, pois se dá no marco do regime democrático burguês, abriria espaço para a eleição da direita, e que de nossa parte pensamos que é necessário lutar por uma constituinte livre e soberana imposta pela força das mobilizações, que concentre poderes executivo e legislativo, que possa debater os grandes problemas do país como a reforma agrária, a imensa especulação imobiliária que condena a milhares de famílias a morarem em lugares impróprios, que imponha uma reforma política onde seja extinto o Senado como câmara revisora, onde não haja um cargo de presidente e onde todo político, bem como todo funcionário publico não receba mais que um professor”.

Demarcou ainda que, infelizmente mesmo em meio a uma importante greve em que as operárias e operários da GM demonstram mais uma vez sua combatividade a CSP-Conlutas e o Espaço de Unidade de Ação, mais uma vez não se votou na reunião medidas de solidariedade e também não foi proposto um plano para combater as demissões na GM tendo em vista o fim do período de lay-off e a ameaça iminente de que sigam as demissões que vem ocorrendo há anos. Defendeu que : “é preciso construir um terceiro campo que não esteja nem com o governo e nem com a oposição de direita e expresse a independência de classe nas lutas concretas. A luta contra as demissões da GM de São José dos Campos poderia ser um exemplo para os trabalhadores das montadoras do ABC e do país de como lutar contra os ajustes do governo e dos patrões. Por isso é tão importante organizar uma grande campanha nacional contra as demissões na GM e é um problema grave que esta questão mais uma vez não seja parte do plano do Espaço de Unidade de Ação ”.

Infelizmente as resoluções expressaram orientações que não apresentam um plano de luta que organize a vanguarda combativa e anti-governista para preparar em cada estado e nos locais de trabalho um combate aos ajustes fiscais do governo que passaria necessariamente por se dirigir as bases da burocracia sindical da CUT, da CTB e da Força Sindical para propor ações de frente única contra os ajustes e ao mesmo tempo desmascarar o papel traidor destas burocracias. Como resoluções a reunião aprovou apenas a realização de um ato nacional sem data e local definidos ainda e um ato no 1º. de maio centralizado em São Paulo, bem como a confecção de um jornal nacional do Espaço de Unidade de Ação.




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