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PROGRAMA PSOL NA TV | Sem citar Dilma, PSOL aparece na TV

Sob o mote de "não somos um partido qualquer", o programa do PSOL foi ao ar na última terça-feira, 1º de setembro.

quinta-feira 3 de setembro de 2015 | 05:08

Sob o mote de "não somos um partido qualquer", o programa do PSOL foi ao ar na última terça-feira, 1º de setembro. Luciana Genro e Jean Willys aparecem logo no início do programa dialogando com o sentimento anti-partidário e com o que chamam de crise de representatividade, dando razão aos brasileiros que não confiam nos políticos. Luciana Genro declarou que a maioria dos políticos é um desastre, mas expressou que o PSOL buscou fazer uma política de forma independente.

De conjunto, a propaganda buscou dialogar com o sentimento de crise de representatividade, mas de que é preciso não igualar os partidos, é preciso tomar a política para si e acreditar que é possível melhorar as coisas. Os deputados federais contam brevemente suas batalhas no Congresso. Randolfe Rodrigues teve peso no programa, apesar das notícias de sua aproximação com o PT. 

Sem destaque para as greves operárias em curso, o programa mostra lideranças do MTST e índigenas falando sobre suas lutas. Chico Alencar ao final declara que talvez o socialismo e a liberdade não seja para nosso tempo de vida, mas desde já deve-se pegar sementinhas deste futuro e ir plantando. O video termina chamando a ocupar as ruas e ocupar a política.

Sobre a propaganda eleitoral do PSOL, Rita Frau que é professora no Rio de Janeiro declarou "Achei muito importante o peso que teve a questão da mulher e dos LGBT na propaganda, inclusive acho que foi um ponto forte da campanha da Luciana Genro em 2014. Justamente por isso fica ainda mais difícil entender porque a Executiva Nacional do PSOL nega a entrada de mais de 400 mulheres e LGBT que estiveram neste fim de semana no Encontro do Pão e Rosas e debateram a entrada no PSOL. Para ser coerente com este programa, deveriam nos aceitar".

Diana Assunção, dirigente nacional do MRT também comentou a propaganda eleitoral do PSOL. "O que mais chamou atenção foi a falta de uma crítica direta ao governo de Dilma e do PT. Em nenhum momento Dilma é citada, ainda que uma imagem sua apareça ao lado de uma imagem de Aécio. Fala-se de crise econômica e crise política, mas Dilma foi poupada. Quem foi citado foram Eduardo Cunha, Kátia Abreu e Joaquim Levy. Acredito que seja um erro o PSOL nos 10 minutos de programa que teve não se firmar claramente como uma alternativa ao governo do PT para dialogar com amplos setores de trabalhadores e jovens que mostram enorme insatisfação popular com o governo", disse Diana. 

Flávia Vale, professora em Contagem, Minas Gerais, afirmou. "Diante da contra-reforma política patrocinada pelo PT, PSDB e PMDB, que acentua a exclusão das organizações da classe trabalhadora e da esquerda dos debates políticos eleitorais, inclusive do PSOL, chama a atenção que não se tenha denunciado abertamente este regime político antidemocrático, ou mesmo chamado uma grande campanha contra a exclusão de todas as organizações da esquerda, que é uma clara manobra dos partidos do regime golpeados pela crise de representatividade, que não querem o surgimento de uma alternativa política independente dos trabalhadores à esquerda do PT".

Pablito Santos, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP também opinou e disse que o programa não apresentou a classe trabalhadora como um sujeito central da luta pela transformação social. "Apesar da greve das federais ter sido citada, fez falta um enfoque classista pra organizar uma mobilização independente, uma alternativa dos trabalhadores, das mulheres e da juventude. Greves importantes em especial nas montadoras, que estão se enfrentando diretamente com os ajustes de Dilma, deveriam ter tido destaque em um programa eleitoral de um partido de esquerda. Acredito que o PSOL perdeu essa oportunidade", finalizou Pablito.




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