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COALIZÃO LIDERADA PELOS ESTADOS UNIDOS | Turquia: bombardeios ao Estado Islâmico e prisões em massa de militantes curdos

segunda-feira 27 de julho de 2015 | 01:45

Foi aprovada a instalação nas bases de nosso país de veículos, tanto tripulados quanto não tripulados, das forças aéreas de vários países da Coalizão que luta contra o Estado Islâmico, sempre que seja considerado conveniente pelos Estados Unidos e por nós mesmos”, diz o comunicado.

Ancara confirma assim a abertura da base de Incirlik no sudeste da Turquia para as operações aéreas dos EUA contra as posições do EI, um assunto extensamente debatido entre os dois países.

O acordo foi elaborado a nível ministerial depois de conversa telefônica entre o presidente dos Estados Unidos Barack Obama e seu análogo turco, Recep Tayyip Erdogan, que aconteceu quarta-feira, acrescenta o comunicado

Até agora, “A Turquia tem participado segundo suas possibilidades e competências nos esforços da coalizão, da qual é membro, e que dura dez meses de combate na Síria e no Iraque”, lembra o Ministério turco.

Entre os exemplos de colaboração, menciona “a permissão dada aos Estados Unidos para instalar aeronaves não tripuladas em seu território, anunciado em junho”.

“Turquia e Estados Unidos decidiram aprofundar ainda mais em sua cooperação na luta contra o EI”, continua.

Na utilização de aeronaves contra o Estado Islâmico “também participarão da operação parte das Forças Armadas Turcas, com o mesmo objetivo”, acrescenta o texto.

Durante a manhã de sexta-feira, caças turcos atacaram alvos do EI na Síria, conforme “artigo 51 da Carta das Nações Unidas”, que se refere ao direito à “legítima defesa” de um país.

A Turquia não havia participado até este momento dos bombardeios da coalizão internacional contra o EI na Síria e no Iraque, que começaram no verão passado.

O anúncio feito na sexta-feira é um passo adiante no aumento da pressão da Turquia contra o EI, depois que um comando desta organização metralhou, de uma caminhonete, um posto fronteiriço turco na província de Kilis nesta quinta, matando um oficial e ferindo dois sargentos.

O exército turco respondeu com fogo de artilharia e bombardeios contra ambos do Estado Islâmico na Síria, causando a morte de pelo menos nove militantes islamistas, segundo informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Repressão ao movimento curdo e aos protestos contra o governo

Ao mesmo tempo em que lançou seus aviões para bombardear posições do Estado Islâmico no norte da Síria, o governo de Erdogan lançou uma ampla operação policial em todo o país, dirigida em primeiro lugar contra ativistas curdos, na qual foram detidas mais ou menos 300 pessoas por pressuposta vinculação com grupos terroristas.

O atentado de Suruç, ao sul da Turquia, que cobrou a vida de 32 jovens da Federação de Organizações Socialistas (SGDF), gerou massivos protestos contra o governo da Turquia, questionando sua responsabilidade no atentado, pelo seu apoio, aberto ou encoberto, ao Estado Islâmico, que vem crescendo no norte da Síria.

O governo turco reprimiu as manifestações em Istambul e mantém a perseguição e repressão em cima do movimento curdo e de esquerda na Turquia.

O anúncio da coalizão imperialista poderá dispor de suas bases na Turquia e os bombardeios sobre as posições do Estado Islâmico podem estar anunciando um “giro”, depois de uma política exterior que mostrou seu fracasso e em meio a uma importante instabilidade política depois das eleições.




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