×

INTERNACIONALISMO | V Congresso da CSP CONLUTAS aprova voto na FIT-U nas eleições de outubro na Argentina

Posicionamento aprovado pelos delegados e delegadas do V Congresso da CSP, que aconteceu entre os dias 7 e 10 de setembro em São Paulo, reafirma o compromisso dos setores que constroem a central com a independência política da classe trabalhadora no Brasil, na Argentina e internacionalmente, concretizando entre suas resoluções o chamado de voto da FIT-U nas eleições argentinas que acontecerão ainda esse ano.

sábado 23 de setembro de 2023 | Edição do dia

A CSP-Conlutas é a única central sindical e popular que mantém um posicionamento de independência política em relação ao governo Lula-Alckmin e esse princípio correto e necessário foi reafirmado de maneira unânime no seu V Congresso. Esse importante posicionamento em relação a situação política nacional, se reflete também em resoluções que reafirmam o caráter internacional da luta de classes e o internacionalismo da nossa central, que deve se materializar no apoio irrestrito aos trabalhadores de todo o mundo em suas lutas políticas e econômicas, e em suas batalhas por sua independência política como o único caminho que, através dos métodos da luta de classes, pode levar nossa classe a vitória.

Desta forma reivindicamos uma importante resolução do V Congresso que ocorreu no início de setembro, em São Paulo, que foi proposta pelo Movimento Nossa Classe/MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores) e também pela CST (Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores), aprovada por aclamação pelo conjunto das e dos delegados, onde a Central reafirma o compromisso com a independência política da classe trabalhadora no Brasil, na Argentina e internacionalmente, chamando o voto na FIT-U nas eleições argentinas que acontecerão ainda esse ano, como é possível ver na formulação aprovada:

VOTO NA FIT-U (FRENTE DE IZQUIERDA Y LOS TRABAJADORES-UNIDAD) NAS ELEIÇÕES DE OUTUBRO NA ARGENTINA

Considerando:

  •  Que nos últimos anos uma alternativa de esquerda (Frente de Izquierda y los Trabajadores- Unidad) com independência de classe ganhou força na Argentina.
  •  Que a FIT-U combate todas as variantes burguesas, tanto a direita quanto o governo de conciliação de classes de Alberto Fernandez, e tem se destacado pela atuação em defesa das lutas da classe trabalhadora naquele país.
  •  Que teve um papel destacado na rebelião dos trabalhadores e povos originários na província de Jujuy contra o autoritarismo do governo.
  •  Que frente a crise capitalista que assola esse país e aos ataques patronais, a FIT-U, assim como a CSP-Conlutas aqui no Brasil, propõe não pagar a dívida pública aos grandes capitalistas e a ruptura com o FMI.

    Resolvemos:

  •  Que a CSP-Conlutas chama o voto na FIT-U nas eleições que ocorrerão em 22 de outubro de 2023 na Argentina, reafirmando nosso compromisso com a independência política da classe trabalhadora no Brasil, na Argentina e em todo mundo.

    Essa resolução é muito importante, pois hoje a Argentina, nosso país irmão na América do Sul, atravessa uma situação que tem similaridades com a brasileira, estando na ordem do dia derrotar a extrema-direita representada por Javier Milei, da chapa “La Libertad Avanza” e amigo de Bolsonaro, que venceu as eleições primárias na Argentina (PASO), que aconteceram dia 13 de agosto e também mobilizar nas ruas os trabalhadores para derrotar os ajustes contra os trabalhadores que já são feitos pelo peronismo, ou antes deles pela direita do partido de Macri, ambos contribuindo para a insatisfação, frustrações que a extrema direita tem capitalizado.

    Mas diante do fortalecimento da extrema-direita, é fundamental reconhecer que existe também na Argentina uma alternativa de esquerda e dos trabalhadores, a FIT-U (Frente de Esquerda e dos Trabalhadores – Unidade) que vem se fortalecendo e dando exemplo de atuação parlamentar revolucionária, como na luta operária e indígena em Jujuy, uma esquerda que se vale das conquistas eleitorais apostando firmemente nos processos de luta de classes e na independência política, para questionar todos os mecanismos limitantes da democracia burguesa e fortalecer a luta dos explorados e oprimidos nas ruas, construindo efetivamente cada mobilização e apoiando incondicionalmente cada processo de luta, e defendendo abertamente uma saída socialista e revolucionária de superação da sociedade de classes.

    Por isso, mesmo com todos os mecanismos de barreira que significam as PASO denunciadas pela esquerda trotskista argentina, implementadas desde 2011 por iniciativa do então governo de Cristina Fernández de Kirchner, que fixou um piso prescritivo de 1,5% dos votos para que uma coligação ou partido possa aparecer nas eleições gerais que definem os cargos executivos e legislativo, os trabalhadores argentinos o que não se reconhece nem na extrema-direita, na direita tradicional, e tão pouco na conciliação kirchnerista/peronista, também terá uma candidatura dos trabalhadores e do povo oprimido, que teve uma expressão de quase 630mil votos nas passo e que é encabeçada por Myriam Bregman como candidata a presidente e Nicolás del Caño como vice, ambos militantes do PTS (Partido dos Trabalhadores Socialistas), organização irmã do MRT na Argentina.

    E exatamente pela importância dessa eleição e da existência da FIT-U na Argentina, que no V Congresso da CSP realizamos também uma atividade para debater o exemplo das batalhas que estão sendo dadas pela esquerda revolucionária na Argentina, através da FIT-U e que foi impulsionada pelo MRT e pela CST e que contou com a saudação internacional de Nicolás del Caño, vice candidato à presidência pela FIT-U e Jorge Adaro, dirigente da Izquierda Socialista e professor em Buenos Aires:

    Diante da realidade em todo o mundo, onde a extrema-direita se reafirma como força social mesmo quando sofre derrotas eleitorais como a de Bolsonaro no Brasil, confirmando que o único terreno onde podemos varrer a existência desse campo político são as ruas, com os métodos de organização da nossa classe e com independência política, não nos unificando com os setores inimigos, inclusive da direita, como faz o governo de frente ampla de Lula-Alckmin e o como fez o kichnerismo e o peronismo argentino em todos esses anos, reivindicamos o exemplo da FIT-U e que a CSP Conlutas o tenha reconhecido em seu Congresso, sendo parte dos setores de esquerda que reivindicam e chamam voto na FIT-U nas eleições deste ano.

    E nos apoiamos para seguir travando esse combate contra a extrema-direita, a conciliação e todos os ataques, no que falta à central numa posição de independência de classe sobre a Ucrânia, mas tendo uma viva oportunidade de se fortalecer apoiando processos em curso como a forte greve estudantil da USP que teve início na segunda-feira e que tem se ampliado a outros setores da universidade, como os professores e os trabalhadores da USP. Acreditamos que pode ser um primeiro impulso para incendiar os trabalhadores, sobretudo em São Paulo contra cada uma das políticas de destruição dos serviços públicos efetuada por Tarcísio, que é uma herança viva do bolsonarismo e tem alinhamento político com figuras como Milei.

    Para isso, é fundamental superar os entraves impostos pelas burocracias sindicais e estudantis, hoje alinhadas ao governo Lula-Alckmin, e fortalecer mobilizações como essa e unificar trabalhadores e estudantes. E nos apoiando nisso, reafirmamos a importância de todos os setores que constroem a CSP-Conlutas a atuarem incansavelmente em defesa da greve unificada do Metrô, CPTM, Sabesp, além da juventude e trabalhadores em greve na USP, atuando para colocar de pé uma forte greve geral que envolva todos as categorias organizadas, a partir de 3/10 e por tempo indeterminado, contra todas as privatizações e ataques de ataques de Tarcísio. Levando essa exigência a cada sindicato dirigido pelas burocracias da CUT e da CTB e chamando as mais diversas categorias a se unificarem com a população em defesa dos serviços públicos, colocando nossos esforços conscientemente para que esse chamado se efetive e seja vitorioso, impondo a derrota dos planos do bolsonarista Tarcísio e dando um exemplo de qual o caminho para derrotar a extrema-direita na Argentina e em todo o mundo: através da luta de classes, nas ruas e com independência política e de classes.




  • Comentários

    Deixar Comentário


    Destacados del día

    Últimas noticias